Koko, a gorila que falava na língua de sinais e amava gatos, morreu aos 46 anos
Koko,
a gorila-ocidental-das-terras-baixas mais famosa do mundo morreu
enquanto dormia no último dia 19 de junho, aos 46 anos, na Califórnia.
Ela
ficou famosa pela extraordinária compreensão de inglês falado e também
da linguagem de sinais. Ela conhecia mais de mil sinais e conseguia
combinar palavras diferentes para formar novos termos, como “dedo” e
“pulseira”, para referir-se a “anel”. Ela ajudou a chamar atenção do
mundo todo para a preservação dos gorilas e de seus habitats.
Especialistas em gorilas alertam que se as coisas continuarem como
estão, metade da população desses animais pode desaparecer até 2040.
“A
Koko tocou a vida de milhões de pessoas como uma embaixadora de todos
os gorilas e ícone da comunicação e empatia interespécies. Ela era amada
e sua ausência será profundamente sentida”, diz nota da Fundação
Gorila, responsável por ela.
Koko
nasceu no zoológico de São Francisco no dia 4 de julho de 1971, e
quando tinha apenas um ano de vida começou a trabalhar com Francine
Penny Patterson, que na época era candidata a doutoranda em psicologia
do desenvolvimento da universidade de Stanford, na Califórnia. Penny
começou a ensinar uma versão modificada da linguagem de sinais
americana, iniciando o mais longo estudo sobre comunicação entre
espécies da história.
Penny,
presidente da Fundação Gorila, continuou próxima de Koko até seus
últimos dias, conversando com ela e a observando. Todos esses dados das
observações foram registados para futuras pesquisas de comunicação
interespécies.
Quando
Koko era bebê, os primeiros sinais ensinados à ela foram “comer”,
“beber” e “mais”, mas através dos anos a gorila aprendeu centenas de
novas palavras e como combiná-las em frases. Além de conhecer mais de
1000 sinais, ela entendia 2000 palavras faladas em inglês.
Ela não
usava sintaxe ou gramática, e sua linguagem era equivalente a de uma
criança humana pequena. Mesmo assim, ela conseguia falar de objetos que
não estavam presentes, e mostrava ter boa memória, ao ponto de se
referir a acontecimentos de décadas anteriores. Ela conseguia falar
sobre a própria linguagem, ao fazer o sinal “sinal bom” para outros
gorilas que estavam aprendendo a linguagem dos sinais.
Ao
longo das décadas, Koko pedia com frequência para ter um filhote, mas
nenhuma tentativa de engravidar deu certo. Os pesquisadores queriam
saber se ela passaria essa habilidade de comunicação para seu bebê de
forma natural, mas esta pergunta ficará sem resposta. Para dar a ela a
chance de ser maternal com outro animal, ela pode adotar vários filhotes
de gatos, que eram cuidados com muita delicadeza e carinho.
Koko
tinha um parceiro gorila chamado Ndume que viveu com ela desde 1991. As
habilidades de comunicação dele se limitam a gestos e vocalizações
naturais de gorilas, de acordo com a fundação. Antes de Ndume, Koko
viveu com outro parceiro chamado Michael, que conhecia a linguagem dos
sinais. [Live Science]
Confira
abaixo vídeo de Koko pedindo colaboração dos países participantes da
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015:
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