Supremo Tribunal Federal anula buscas em apartamento da senadora Gleisi Hoffmann
Por
3 votos a 1, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu hoje (26) anular os mandados de busca e apreensão cumpridos no
apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em Brasília,
durante a Operação Custo Brasil, em 2016.
Seguindo voto do
ministro Dias Toffoli, o colegiado entendeu que somente a Corte pode
determinar o cumprimento de buscas em residências funcionais de
parlamentares. Com a decisão, todas as provas colhidas durante as buscas
deverão ser anuladas.
Na época, a senadora não foi alvo das
investigações, mas um juiz da primeira instância da Justiça Federal em
São Paulo determinou busca e apreensão contra o ex-ministro do
Planejamento Paulo Bernardo, marido da senadora, que estava na
residência.
Após o episódio, a legalidade do mandado foi
questionada pelo Senado. Segundo a Casa, o foro privilegiado também
alcança o local de moradia dos parlamentares, e, dessa forma, apreensões
só podem ser feitas por determinação da Corte, mesmo se o parlamentar
não for alvo.
Ao votar sobre o caso, Toffoli afirmou que o juiz
responsável pelo caso sabia que as investigações estavam sendo
realizadas pela Corte e determinou irregularmente o cumprimento das
buscas no apartamento de Gleisi. O entendimento foi acompanhado pelos
ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Durante o
julgamento, Lewandowski destacou a ilegalidade das apreensões. “Eu
queria ressaltar o absurdo da situação de um juiz de primeiro grau
determinar que se faça uma busca e apreensão no apartamento de uma
senadora da República. Isso é absolutamente inaceitável, frustrando a
competência do STF”, argumentou.
De acordo com a investigação na
qual as buscas foram cumpridas, o ex-ministro Paulo Bernardo recebia
recursos de um esquema de fraudes no contrato para gestão de empréstimos
consignados no Ministério do Planejamento. A defesa do ex-ministro
afirma que ele não participou da celebração do contrato entre o
Ministério do Planejamento e as associações de bancos e previdência.
Agência Brasil
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