Após dez dia de greve dos caminhoneiros, perdas superam R$ 75 bilhões
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que as áreas de comércio e serviços deixaram de faturar cerca de R$ 27 bilhões entre os dias 21 e 28.
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Para os distribuidores de combustível, as perdas já atingem R$ 11,5 bilhões - (Foto: Reprodução) |
As projeções preliminares de diversos segmentos da
economia após dez dias de greve dos caminhoneiros apontam para perdas de
mais de R$ 75 bilhões. Em alguns casos, os prejuízos ainda podem
aumentar mesmo após o fim do movimento, pois, dependendo do tipo de
atividade, a retomada poderá levar de uma semana a 20 dias.
Também há preocupação sobre como será a volta das atividades. "Não
sabemos ainda, por exemplo, como será precificado o aumento do frete",
afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria
da Construção (Cbic). "Dá arrepios só de pensar."
O setor calcula que deixou de gerar, até agora, R$ 3,8 bilhões, e
precisará de duas a três semanas para retomar totalmente as atividades.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que as
áreas de comércio e serviços deixaram de faturar cerca de R$ 27 bilhões
entre os dias 21 e 28.
"São nítidos os transtornos causados pelo desabastecimento
generalizado, que pode provocar danos ainda maiores ao País, como
aumento do desemprego, falta de gêneros alimentícios, estoques, baixo
fluxo de vendas e prejuízo ao desenvolvimento econômico", diz o
presidente da Fecomércio de Minas Gerais, Lúcio Emílio de Faria Júnior.
Os supermercados contabilizam R$ 2,7 bilhões em prejuízos. Para os
distribuidores de combustível, as perdas já atingem R$ 11,5 bilhões.
Volta lenta
Com menos bloqueios nas estradas e a volta, lentamente, do
abastecimento de combustíveis, algumas empresas estão retomando
operações.
Das 167 unidades produtoras de aves, ovos e suínos que estavam
paradas em todo o País, 46 reiniciaram atividades nesta quarta-feira,
30, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As
empresas do setor acumulam prejuízos de R$ 3 bilhões e perderam 70
milhões de aves, mortas por falta de ração. Com parte do abastecimento
retomado, a mortandade deve acabar.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
(Abiec), a cadeia produtiva da pecuária de corte deixou de movimentar
entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões.
Os produtores de leite perderam R$ 1 bilhão, parte disso com o
descarte de mais de 300 milhões de litros de leite. A Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) calcula que produtores em geral
devem levar de seis meses a um ano para se reestruturarem.
O setor têxtil estima perdas de R$ 1,8 bilhão e, até esta quarta,
ainda tinha cerca de 70% das empresas paradas ou prestes a parar. A
previsão da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
(Abit) é de que serão necessários pelo menos 20 dias para que a situação
seja normalizada.
Carros
Na indústria automobilística quase todas as fábricas estão paradas
desde sexta-feira. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, diz que "a maioria
retomará a produção, de maneira gradual, a partir de segunda-feira". As
unidades da Fiat em Minas Gerais e da Jeep em Pernambuco voltam a operar
nesta quinta-feira, 31.
A Anfavea não divulgou prejuízos, mas, com base na produção média de
veículos em abril, cerca de 51 mil veículos deixaram de ser fabricados. O
resultado deste mês poderá interromper uma sequência de 18 meses de
alta na comparação interanual.
Até terça-feira as vendas do setor tinham caído 11% em relação a
abril (para 192,8 mil unidades), mas ainda devem superar o volume de
maio de 2017, de 195,6 mil unidades.
A indústria química soma R$ 2,5 bilhões em perda de faturamento e
calcula em dez dias o período para retomada de atividades. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo.
Notícias ao Minuto
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