Tribunal Superior do Ttabalho aumenta multa e federação pede fim da greve
Federação
Única dos Petroleiros anunciou nesta quinta-feira (31) que decidiu
orientar os sindicatos da categoria a suspenderem a greve de 72 horas
iniciada na véspera. O recuo acontece após o Tribunal Superior do
Trabalho (TST) ter aumentado de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa
diária aplicada aos sindicatos dos petroleiros que aderirem à greve.
“A
decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os
movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os
sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a
construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada
nacionalmente pela categoria”, afirma comunicado publicado pela FUP em
sua página.
Volta ao trabalho
Parte dos petroleiros já retornou ao trabalho.
O Sindipetro
Bahia informou que no estado os petroleiros encerravam a greve e que as
atividades nas unidades de Salvador voltaram ao normal já na manhã
desta quinta.
O
Sindipetro Paraná de Santa Catarina informou que decidiu, em assembleia
realizadas às 23h de quarta-feira, pela suspensão da greve e retorno
das atividades a partir das 7h30 desta quinta.
Procurada pelo G1,
a Petrobras informou que a situação em suas unidades caminha para a
normalização. “Em algumas unidades operacionais não houve troca dos
trabalhadores de turno. Equipes de contingência estão atuando onde
necessário e não há impacto na produção”, disse a estatal em nota.
Ao
revisar o valor da multa, a ministra Maria de Assis Calsing, do TST,
atendeu parcialmente a um pedido da Advocacia Geral da União (AGU), que
queria o aumento, mas pedia R$ 5 milhões.
Nesta
terça, o TST já tinha considerado ilegal a greve dos petroleiros por
entender que a paralisação tem “caráter abusivo”. Apesar da decisão do
TST de considerar a greve ilegal, a categoria decidiu paralisar as
atividades por 72h nas bases operacionais e administrativas dos 13
sindicatos que integram a FUP, mas disse que não havia risco de
desabastecimento ao país.
De
acordo com a agência Reuters, 21 plataformas da Petrobras na Bacia de
Campos – responsável por cerca de metade da produção de petróleo do
Brasil – aderiram à greve, que também atingiu refinarias e terminais.
Os
petroleiros decidiram parar as atividades em solidariedade ao movimento
dos caminhoneiros e para pedir a destituição de Pedro Parente do
comando da Petrobras, entre outras reivindicações. A categoria cobra a
redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, através de
mudanças imediatas na política de reajuste de derivados da Petrobras.
“Os
petroleiros saem da greve de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo
importante dessa luta, ao desmascarar os interesses privados e
internacionais que pautam a gestão da Petrobras”, afirma a FUP no
comunicado desta quinta.
Desde
julho do ano passado, a Petrobras passou a promovr os reajustes com
base na variação do dólar e dos preços do petróleo no mercado
internacional, e os preços para os consumidores dispararam bem acima da
inflação. Desde o início do formato, o preço da gasolina comercializado
nas refinarias acumula alta de 49,71% e o do diesel, valorização de
55,09%, segundoo Valor Online.
O
Palácio do Planalto divulgou nota nesta quarta-feira garantindo que o
governo vai “preservar” a política de preços da Petrobras.
O pedido da AGU
No pedido para aumentar o valor das multas, apresentado nesta quarta, a AGU defendeu a necessidade da medida.
Afirmou
que há “menosprezo das entidades sindicais não somente pelo ordenamento
jurídico, na medida em que a deflagração do movimento paredista é
flagrantemente ilegal, mas também pelo cumprimento de decisão emanada
pelo Poder Judiciário”.
“Causa
perplexidade que, com o desrespeito a uma ordem judicial, as entidades
sindicais simplesmente desafiem o Poder Judiciário ensejando insegurança
jurídica e pondo à prova a própria credibilidade de um Poder do
Estado”, argumentou a ministra Grace Mendonça.
G1
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