domingo, 20 de maio de 2018

'Amigos dos Patins'

Patinadores veteranos e amadores se unem em João Pessoa, onde os 'rolês' acontecem na orla

Pode ser no início do dia, fim da tarde ou durante a noite. Em João Pessoa, os ‘rolês’ acontecem na orla, na Estação Cabo Branco, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e também nas ruas agitadas da capital, entre um bairro e outro. O esporte nem é tão conhecido, mas quem pratica a patinação não quer saber de outro exercício.
Um grupo chamado ‘Amigos dos Patins’ leva o esporte a sério. “É meu estilo de vida”, conta o chaveiro Rômulo Júnior, que é um dos fundadores da equipe. Há quase três anos os patinadores se unem todos os dias da semana para fazer o que mais gostam.
No início, a ideia era reunir amigos para passear de patins. Hoje, o objetivo é o mesmo, mas com proporções maiores. Cerca de 600 pessoas integram a equipe, que aproveitaram a oportunidade de unir parceria e atividade física.
Para entrar no grupo não precisa de muito: o par de patins é o passaporte de entrada. “Não temos distinção. Participa criança, idoso, jovem. A única indicação que fazemos é para usar os aparelhos de proteção. Capacete, joelheira, cotoveleira”, conta Rômulo.
O patinador Eduardo Chapecó hoje realiza um desejo de criança. Desde muito cedo sempre quis patinar, mas só foi fazer disso seu esporte depois dos 30 anos de idade. “Mudou totalmente minha vida para melhor, em todos os sentidos. Eu não fico parado em nenhum momento, pratico vários esportes. Bike, longboard, corrida, vôlei, musculação e os que ainda estão para vir”, conta.
Quem também se arriscou nas rodinhas depois de um bom tempo foi o empresário  Pedro Freire Neto. “Eu sempre tive a vontade de patinar na infância, mas o meio e as condições financeiras não eram favoráveis”, conta. Depois de alugar um par de patins na orla de João Pessoa o desejo retornou.
A recepção dos participantes do Amigos do Patins ajudou Pedro no processo de aprendizagem. Com sete meses de experiência, já conta como um veterano. “Fiz novas amizades, conheci locais que ofereciam suporte à prática e pessoas que sempre estavam dispostas a passar informações”, lembra.
Segundo ele, o esporte hoje ocupa um lugar especial em sua agenda. “Faz parte das minhas atividades físicas e mentais, consigo me libertar um pouco das obrigações do dia a dia. É minha terapia”, relata.
A liberdade pode ser até com alta velocidade. Quem já tem anos de experiência, e um bom patins, pode chegar a até 100km/h. Em média, em cada passeio os patinadores percorrem mais de 55 km/h.
Dificuldades
A falta de espaço apropriado dificulta a prática do esporte. “Usamos as ciclofaixa, mas muitas pessoas ainda acham que a ciclofaixa só deve ser usada por bicicletas. Isso incomoda”.
Segundo Rômulo, a falta de respeito dos motoristas ainda é o grande obstáculo dos patinadores. O fundador ainda relata o tratamento dado aos esportistas, que jogam os veículos em direção ao grupo, tentam impedir a passagem.
“Já aconteceram situações onde o patinador teve que pular o carro para não ser atingido pelo veículo”, conta Rômulo, que ressalta: “Antes de patinadores, somos seres humanos”.
Passeio na orla, realizado pela equipe todos os finais de semana, no início da manhã.
Caroline Queiroz - MaisPB

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