Patinadores veteranos e amadores se unem em João Pessoa, onde os 'rolês' acontecem na orla
Pode
ser no início do dia, fim da tarde ou durante a noite. Em João Pessoa,
os ‘rolês’ acontecem na orla, na Estação Cabo Branco, na Universidade
Federal da Paraíba (UFPB), e também nas ruas agitadas da capital, entre
um bairro e outro. O esporte nem é tão conhecido, mas quem pratica a
patinação não quer saber de outro exercício.
Um grupo chamado
‘Amigos dos Patins’ leva o esporte a sério. “É meu estilo de vida”,
conta o chaveiro Rômulo Júnior, que é um dos fundadores da equipe. Há
quase três anos os patinadores se unem todos os dias da semana para
fazer o que mais gostam.
No início, a ideia era reunir amigos para
passear de patins. Hoje, o objetivo é o mesmo, mas com proporções
maiores. Cerca de 600 pessoas integram a equipe, que aproveitaram a
oportunidade de unir parceria e atividade física.
Para entrar no
grupo não precisa de muito: o par de patins é o passaporte de entrada.
“Não temos distinção. Participa criança, idoso, jovem. A única indicação
que fazemos é para usar os aparelhos de proteção. Capacete, joelheira,
cotoveleira”, conta Rômulo.
O patinador Eduardo Chapecó hoje
realiza um desejo de criança. Desde muito cedo sempre quis patinar, mas
só foi fazer disso seu esporte depois dos 30 anos de idade. “Mudou
totalmente minha vida para melhor, em todos os sentidos. Eu não fico
parado em nenhum momento, pratico vários esportes. Bike, longboard, corrida, vôlei, musculação e os que ainda estão para vir”, conta.
Quem
também se arriscou nas rodinhas depois de um bom tempo foi o
empresário Pedro Freire Neto. “Eu sempre tive a vontade de patinar na
infância, mas o meio e as condições financeiras não eram favoráveis”,
conta. Depois de alugar um par de patins na orla de João Pessoa o desejo
retornou.
A recepção dos participantes do Amigos do Patins ajudou
Pedro no processo de aprendizagem. Com sete meses de experiência, já
conta como um veterano. “Fiz novas amizades, conheci locais que
ofereciam suporte à prática e pessoas que sempre estavam dispostas a
passar informações”, lembra.
Segundo ele, o esporte hoje ocupa um
lugar especial em sua agenda. “Faz parte das minhas atividades físicas e
mentais, consigo me libertar um pouco das obrigações do dia a dia. É
minha terapia”, relata.
A liberdade pode ser até com alta
velocidade. Quem já tem anos de experiência, e um bom patins, pode
chegar a até 100km/h. Em média, em cada passeio os patinadores percorrem
mais de 55 km/h.
Dificuldades
A falta de
espaço apropriado dificulta a prática do esporte. “Usamos as ciclofaixa,
mas muitas pessoas ainda acham que a ciclofaixa só deve ser usada por
bicicletas. Isso incomoda”.
Segundo Rômulo, a falta de respeito
dos motoristas ainda é o grande obstáculo dos patinadores. O fundador
ainda relata o tratamento dado aos esportistas, que jogam os veículos em
direção ao grupo, tentam impedir a passagem.
“Já aconteceram
situações onde o patinador teve que pular o carro para não ser atingido
pelo veículo”, conta Rômulo, que ressalta: “Antes de patinadores, somos
seres humanos”.
Passeio na orla, realizado pela equipe todos os finais de semana, no início da manhã. |
Caroline Queiroz - MaisPB
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