Violência doméstica: condenados por violência contra mulher podem não ocupar cargos públicos

Nos
primeiros três meses de 2018 aproximadamente 28 mulheres foram
assassinadas na Paraíba, de acordo com o Centro da Mulher 8 de Março.
Neste total, estão inclusas as mortes por violência doméstica,
envolvimento no tráfico de drogas e oito feminicídios. Um projeto de lei
estadual que tramita na Assembleia Legislativa pretende proibir o
exercício de cargo, emprego ou função pública pelos condenados por
violência doméstica e familiar contra a mulher.
A proposta foi
apresentada no dia sete de março deste ano e é de autoria do deputado
estadual Nabor Wanderley (MDB). A iniciativa também não permite a
prestação de serviço e participação em processo licitatório com o estado
da Paraíba.
O texto da lei caracteriza como violência doméstica e
familiar contra a mulher como sendo qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que provoque a violência física, psicológica, sexual,
patrimonial ou moral da vítima.
O parlamentar justifica que a
proposta expressa o compromisso do Estado na repressão à violência
contra a mulher e estende a temas administrativos, como concurso público
e contratos administrativos, a repercussão da condenação pela prática
de violência. Nabor cita o caso do procurador da República Douglas
Kirchner, acusado de espancar a mulher e mantê-la em cárcere privado e
lembra que Conselho Nacional do Ministério Público decidiu demiti-lo.
Ao Portal MaisPB,
a coordenadora do Centro da Mulher 8 de março, de João Pessoa, Irene
Marinheiro afirma que considera a proposta interessante, acrescentando
que ela é necessária para que os agressores repensem que este tipo de
violência não é algo natural.
“O movimento concorda plenamente com
isso. É uma forma de preservar, já que vivemos no enfrentamento da
violência contra a mulher e contra o machismo, principalmente. É uma
forma de chamar a atenção da sociedade para um problema gravíssimo que é
a violência que avança por todas as classes sociais. Isso vem a
contribuir para que os homens repensem antes de usar de violência com
suas companheiras”, elogia a coordenadora.
Ela acrescenta que,
diferente de outros casos, o feminicídio é o mais preocupante por ser um
crime de ódio caracterizado pela justiça brasileira como sendo a
perseguição, atos de violência e morte intencional de pessoas do sexo
feminino.
“A violência contra a mulher não é uma coisa normal, não
vamos aceitar. Nós vamos estar lutando constantemente contra ela.
Sabemos que a violência não tem classe social e por isso o projeto é
necessário” comemora Irene Marinheiro.
O projeto tramita na Assembleia Legislativa da Paraíba ( ALPB) e caso seja aprovado seguirá para análise do governador.
Juliana Cavalcanti – MaisPB
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