QUÍMICOS TRANSFORMAM URINA DE FOLIÕES DO CARNAVAL DE BELO HORIZONTE EM ADUBO
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Foto: Divulgação Belotur e UFMG
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ELEMENTO QUÍMICO FÓSFORO É COLETADO DA URINA E USADO COMO
FERTILIZANTE. BANHEIROS ESPECIAIS QUE FAZEM ESTA “FILTRAGEM” ESTÃO
INSTALADOS NA CAPITAL
A improvável junção entre ciência e carnaval é a novidade da folia
belo-horizontina em 2018. Pesquisadores do Departamento de Química da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vão transformar parte da
urina coletada pelos banheiros químicos em fertilizantes agrícolas. A
ação criativa e sustentável é uma parceria da universidade com a
Belotur, intermediada pela ACMinas.
Cientistas do projeto P4Tree, da UFMG, desenvolveram uma tecnologia
capaz de separar o elemento químico fósforo presente na urina e
reaproveitá-lo como adubo na agricultura. Durante a festa, seis
banheiros químicos têm recipientes próprios para esse processo de
“filtragem”.
As cabines estão instaladas em pontos estratégicos da cidade – duas
fixas, próximos ao palco montado na Avenida Brasil, Região Centro-Sul de
BH, e quatro delas volantes. Os “banheiros sustentáveis” estão plotados
com uma identidade visual própria e contam com dois profissionais de
apoio para explicar o projeto. Se ficou curioso ou vai fazer questão de
conhecer o projeto, saiba onde estão:
No último sábado, os banheiros já coletaram a urina de foliões na
Praça da Liberdade e domingo, no desfile do Bloco da Esquina, no Bairro
Santa Tereza.
Os números
Um banheiro químico coleta 220 litros de
dejetos ao todo, sendo 150 líquidos. Cada cabine pode gerar 100
gramas do elemento químico fósforo, usado como fertilizante. Hoje,
desperdiçamos 650 quilos de fósforo nos banheiros, só em Belo Horizonte.
A IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO
“O fósforo é um dos elementos químicos essenciais para o crescimento de plantas e tem papel fundamental na agricultura e em diferentes culturas. Também tem ampla utilização na indústria alimentícia como conservante”, explica Arthur Silva, químico responsável pelo projeto e doutorando em inovação tecnológica.
“O fósforo é um dos elementos químicos essenciais para o crescimento de plantas e tem papel fundamental na agricultura e em diferentes culturas. Também tem ampla utilização na indústria alimentícia como conservante”, explica Arthur Silva, químico responsável pelo projeto e doutorando em inovação tecnológica.
Ele
ressalta que boa parte do fósforo não obtido através da mineração está
presente em efluentes sanitários, devido principalmente à presença da
urina humana. “Esgotos e estações de tratamento são verdadeiros
depósitos desse tipo de elemento”, comenta Silva.
De acordo com o químico, o material pode
ser inserido em um recipiente próprio para utilização em banheiros e
mictórios, também desenvolvidos na UFMG. Ambos têm patentes em processo
de licenciamento pela empresa Brandt Meio Ambiente.
PROJETO
P4Tree significa Pi for tree, ou xixi para as árvores, numa tradução livre. A tecnologia conta com refis de coletores instalados nos banheiros químicos. Ao receber a urina, o coletor filtra e separa o fósforo do restante dos elementos. Segundo os cientistas envolvidos no projeto, o material é capaz de suportar alguns dias de utilização sem necessidade de reposição.
P4Tree significa Pi for tree, ou xixi para as árvores, numa tradução livre. A tecnologia conta com refis de coletores instalados nos banheiros químicos. Ao receber a urina, o coletor filtra e separa o fósforo do restante dos elementos. Segundo os cientistas envolvidos no projeto, o material é capaz de suportar alguns dias de utilização sem necessidade de reposição.
Ao fim da folia, as amostras seguirão
para o laboratório de Química da UFMG, onde passarão por um processo de
desinfecção. “Importante ressaltar que a urina é descartada no próprio
banheiro, o que fica no refil é apenas o fósforo”, enfatiza o Arthur
Silva.
Após desinfetado, o material é combinado
a outros elementos para que possa ser utilizado em áreas verdes. Em BH,
o material será destinado ao adubo do Jardim Botânico.
Um primeiro teste do P4Tree já foi realizado em banheiros do
Departamento de Química da UFMG. A ação durante o Carnaval de Belo
Horizonte será um segundo teste e o primeiro com cabines químicas.
CIENTISTAS
Sob a coordenação do pesquisador em Química, Rochel Lago, e responsabilidade do químico Arthur Silva, participam também do projeto Jéssica Carvalho (projetos educacionais), Raphael Capruni (Mestrando em Química /protótipos e projetos), além do professor e doutorando em Química, Fernando Augusto, e a graduanda em Química, Marina Guedes. Ottavio Carmignano, doutorando em Inovação Tecnológica, também participa da equipe do projeto, fornecendo a matéria prima necessária.
Sob a coordenação do pesquisador em Química, Rochel Lago, e responsabilidade do químico Arthur Silva, participam também do projeto Jéssica Carvalho (projetos educacionais), Raphael Capruni (Mestrando em Química /protótipos e projetos), além do professor e doutorando em Química, Fernando Augusto, e a graduanda em Química, Marina Guedes. Ottavio Carmignano, doutorando em Inovação Tecnológica, também participa da equipe do projeto, fornecendo a matéria prima necessária.
Fonte: Estado de Minas - Publicado por: Alana Beltrão
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