‘Vampirão’ desfila sem faixa presidencial na volta da escola de samba Paraíso do Tuiuti ao sambódromo
"Uma pena não terem peito de deixar ele usar a faixa presidencial" - (Foto: Reprodução) |
A escola
informou que o professor Léo Morais, que encarnava o “vampiro
presidente”, perdeu a faixa presidencial ao final do primeiro desfile e
não confeccionou outra.
Durante a exibição deste domingo, outra
crítica a Temer foi retirada. Sobre o mesmo carro alegórico em que o
“vampiro presidente” era o destaque principal, numa lateral o auxiliar
administrativo Sérgio Lopes, de 38 anos, desfilava vestindo uma cópia de
camisa da seleção brasileira e batendo panela, numa referência irônica
aos manifestantes que entre 2013 e 2016 promoveram panelaços em prol do
impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Dentro da
frigideira, Lopes havia colado um papel onde se lia “Fora, Temer”. Ele
ingressou na avenida assim, mas só conseguiu percorrer aproximadamente
metade da pista exibindo a frigideira com essa mensagem. Ao notar o
protesto, que um repórter fotográfico se preparava para registrar, um
dos responsáveis pela alegoria arrancou o papel, gerando reclamações do
jornalista. Questionado, o responsável pela alegoria afirmou que
“manifestações desse tipo são proibidas”.
Ao final do desfile, o
autor do protesto reclamou: “O enredo da escola era condizente com meu
protesto. Se a escola está reclamando do Temer, por que eu não tenho o
direito de reclamar também?”, disse Lopes. “Havia outras pessoas com
protestos semelhantes no carro (alegórico), mas arrancaram todos”,
contou. O auxiliar administrativo afirmou que no desfile oficial ele foi
o único a protestar, e não foi coibido pela escola. “Na segunda-feira,
chegaram a ver e não fizeram nada, não reclamaram.”
Na plateia, só
os setores populares (1, 12 e 13) foram unânimes em aplaudir as
críticas a Temer. Nas demais arquibancadas houve manifestações esparsas e
raras. O engenheiro Luiz Antônio Monteiro, de 49 anos, que estava numa
frisa, exibia um pano com a foto de Temer e as palavras “Fora, Temer”.
“Esse governo só quer ferrar o povo”, afirmou.
Na arquibancada do
setor 10, manifestantes abriram durante o desfile da Tuiuti uma faixa
onde se lia “Nas ruas e na Sapucaí, o povo resiste ao golpe. Eleição sem
Lula é fraude”. A mensagem era assinada pelo Levante Popular da
Juventude. Quando o grupo abriu a faixa e tapou parcialmente a visão dos
ocupantes de um camarote situado logo abaixo da arquibancada, um homem
que estava no camarote tentou rasgar a faixa – aparentemente sem saber o
que estava escrito nela, e com o intuito de não ter a visão impedida.
Mas o grupo conseguiu recolher a faixa antes que ela fosse rasgada, e
então a estendeu em outra posição, sem atrapalhar a vista de ninguém.
Algumas
pessoas que desfilaram em outras escolas (Mocidade, Mangueira, Portela,
Salgueiro e Beija-Flor) também exibiram cartazes de protesto. Na
Mangueira, um folião atravessou a Sapucaí exibindo um cartaz onde se lia
“Fora, Temer”. Durante o desfile da Beija-Flor, que também fez uma
crítica social em seu enredo, o público não se manifestou contra o
presidente.
(Foto: Marcos Serra Lima/G1)
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Estadão
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