Ministro do STF intima diretor-geral da Polícia Federal a explicar declarações dadas em entrevista
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(Foto: Carlos Moura/STF) |
O
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
intimou o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, a
explicar declarações dadas em entrevista sobre investigação sobre o
presidente Michel Temer.
Em entrevista à agência Reuters, Segovia
disse que a tendência na Polícia Federal é recomendar o arquivamento da investigação,
na qual Temer é suspeito de beneficiar a empresa Rodrimar em um decreto
que renovou concessões no Porto de Santos.
À TV Globo, Segovia
disse, por telefone, que vai comparecer ao gabinete do ministro Barroso,
levando a transcrição da entrevista à Reuters, e vai dizer que suas
declarações foram mal interpretadas pela imprensa.
Ele disse que
não tem, nem teve, a intenção de interferir na investigação ou no
trabalho do delegado. Em carta a servidores da PF, Segovia negou ter
dito que o inquérito será arquivado e disse que a equipe responsável
pelo caso tem “toda a autonomia e isenção”.
Para Barroso, no
entanto, a conduta de Segovia na entrevista “é manifestamente imprópria e
pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal”.
O
ministro entendeu que na entrevista o diretor da PF ameaçou o delegado
responsável pelo caso, “que deve ter autonomia para desenvolver o seu
trabalho com isenção e livre de pressões”.
Considerou também que a
investigação ainda tem diversas diligências pendentes, “razão pela qual
não devem ser objeto de comentários públicos” e que, como relator do
caso, ainda não recebeu relatório final” do delegado Cleyber Malta Lopes
nem parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que conduz a
investigação.
Barroso determinou, na intimação, que, além de
prestar esclarecimentos, Segovia deverá se abster de novas manifestações
sobre o caso.
Delegados reagem
Delegados
do grupo de inquéritos da Lava Jato reagiram à fala de Segovia. Em troca
de mensagens em grupo de whatsapp, investigadores disseram que as
declarações de Segovia são manifestação pessoal e de responsabilidade
dele.
A mensagem diz, ainda, que ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referendou essa manifestação.
“Ninguém
da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa
manifestação, inclusive pelo fato de que em três anos de Lava Jato no
STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de
investigação pela imprensa”, diz a mensagem.
G1
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