Morte na Operação Lava Jato: a misteriosa execução de Roberto do PT
Juiz Sergio Moro pede apuração de assassinato a tiros na Bahia do ex-vice-prefeito José Roberto Soares Vieira, que delatou esquema de corrupção na Petrobras
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Juiz Sergio Moro pede apuração de assassinato a tiros na Bahia do ex-vice-prefeito José Roberto Soares Vieira, que delatou esquema de corrupção na Petrobras - (Foto: Reprodução) |
O empresário José Roberto Soares Vieira desconfiava
que algo de ruim estava para acontecer. Não era um simples
pressentimento. No começo deste ano, ele vendeu a casa, num condomínio
de alto padrão em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Passou a
evitar atender ligações de números desconhecidos, afastou-se de colegas
e raramente andava sozinho na rua. Contratou um motorista particular,
que fazia as vezes de segurança, e procurou uma concessionária para
mudar de carro. Aos vendedores, disse que queria trocar ou blindar seu
Land Rover Discovery 4. Enquanto aguardava o orçamento, deixou o veículo
na loja e alugou um Gol. Na manhã de 17 de janeiro, logo depois de sair
da concessionária, Roberto do PT, como era conhecido o empresário
baiano, visitou uma segunda loja de automóveis antes de percorrer 32
quilômetros até o trabalho. Eram os seus últimos minutos de vida.
Ele foi morto com nove tiros na porta da sua empresa por um homem em
uma motocicleta. O assassinato seria mais um de tantos que ocorrem todos
os dias pelo Brasil afora, não fosse por um detalhe crucial: dois meses
antes, a vítima havia delatado um esquema de arrecadação de propinas na
Petrobras. Era testemunha de um braço de um caso investigado pela
Operação Lava Jato envolvendo o PT da Bahia. Quem chamou atenção para
esse fato foi o juiz Sergio Moro. Num despacho assinado no último dia
26, o magistrado advertiu: “Não se pode excluir a possibilidade de que o
homicídio esteja relacionado a esta ação penal, já que, na fase de
investigação, o referido acusado aparentemente confessou seus crimes e
revelou crimes de outros”. Traduzindo, Moro levantou a suspeita de que
esse caso seja a primeira queima de arquivo, ou assassinato por
vingança, da Lava Jato. E tudo leva a crer que ele tem razão.
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