Supremo Tribunal Federal vai decidir sobre fim do foro privilegiado até o final de março
“Até o fim de março, eu entrego o voto” disse Dias Toffoli, que pediu vistas em novembro do ano passado
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Supremo Tribunal Federal |
O
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ontem
que apresentará até o fim do próximo mês seu voto sobre a limitação do
foro privilegiado para autoridades. O julgamento está parado desde
novembro do ano passado, quando ele pediu vista. Na ocasião, já se havia
atingido maioria entre os ministros a favor da limitação do foro —
segundo o entendimento proposto pelo ministro relator Luís Roberto
Barroso, os processos respondidos por autoridades como deputados e
senadores tramitarão na primeira instância, salvo quando tratarem de
crimes relacionados aos mandatos e cometidos durante o exercício da
função.
— Até o fim de março, eu entrego o voto — disse Dias Toffoli, ao
participar de um encontro na faculdade de Direito da Fundação Getulio
Vargas, em São Paulo, sobre transparência no Judiciário.
Até o pedido de vista de Dias Toffoli, oito ministros já haviam
votado. Sete deles, incluindo o relator, querem que fiquem no Supremo
apenas processos sobre crimes cometidos por parlamentares no exercício
do mandato. A intenção é diminuir a quantidade de processos da Corte,
dando mais celeridade às investigações remanescentes. Seguiram o voto do
relator os ministros Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia,
Edson Fachin, Luiz Fux e Celso de Mello.
O ministro Alexandre de Moraes deu um voto divergente. Ele também é a
favor de que parlamentares sejam investigados no STF apenas por crimes
cometidos ao longo do mandato. Mas, ao contrário de Barroso, declarou
que essa prerrogativa poderia ser usada inclusive para crimes comuns,
mesmo que não tenham relação com o mandato.
Ainda faltam votar os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. A
definição exata dos limites da decisão do STF só será conhecida ao fim
do julgamento.
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