Entenda por que Lula não cai nas pesquisas de intenção de voto mesmo após 2 condenações
Ex-presidente segue na ponta ainda que declarado culpado, em primeira e segunda instâncias, em caso de corrupção envolvendo imóvel no Guarujá
© Ricardo Stuckert
Pesquisas do Datafolha
divulgadas após as condenações em primeira e segunda instâncias sofridas
pelo ex-presidente Lula - uma em setembro e outra no final de janeiro -
mostram que as punições não demoveram de parte considerável da
população a intenção de voto no petista.
Em declarações ao Uol, cientistas políticos atribuem o
fenômeno a basicamente três motivos: alto índice de desconfiança no
Judiciário, incerteza ou indiferença sobre as questões jurídicas
envolvendo Lula e as viagens pelo Brasil feitas pelo ex-presidente, nas
quais se defendeu da série de acusações que responde na Justiça.
"Esse
quadro não é para questionar a qualidade do julgamento em pauta, mas
apenas para dizer que os efeitos de uma ação de uma instituição que tem
perdido credibilidade tende a ter um efeito reduzido sobre a intenção de
voto", explicou ao portal o coordenador da área de comportamento
político da ABCP (Associação Brasileira de Ciência Política), Ednaldo
Ribeiro.
Doutoranda em Ciência Política da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, a pesquisadora Flávia Bozza Martins pontua que
colocar em Lula a posição de grande vilão no que se refere à corrupção
endêmica no país também conta.
A
despeito de todo o movimento, tanto da mídia quanto do Judiciário, em
dar saliência para este tema e de colocar o Lula nesse papel de uma
pessoa que concentrou tudo o que se refere à corrupção nas últimas
semanas e meses, a atenção um pouco a desconfiança institucional do
brasileiro. Acho que isso oferece uma pista de por que isso não quis
dizer muita coisa para o eleitor." Política ao Minuto
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