Asteroide ‘potencialmente perigoso’ pode passar pela Terra amanhã
O corpo celeste é tratado pela Nasa como "potencialmente perigoso"
A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, divulgou estudos mostrando
que o asteróide 2002 AJ192 pode passar pela Terra neste domingo, 4 de
fevereiro. O corpo celeste é tratado pela Nasa como "potencialmente
perigoso."
Descoberto em 2002 e rastreado desde então, o asteroide tem mais de um
quilômetro de largura e altura superior à do maior prédio do mundo, o
arranha-céu Burj Khalifa, localizado em Dubai, nos Emirados Árabes
Unidos, que tem 160 andares e 828 metros de altura.
O alerta da Nasa para a possível passagem do asteroide pela Terra, é de
pouca utilidade, segundo o físico Carlos Henrique Veiga, astrônomo do
Observatório Nacional, situado no Rio de Janeiro. De acordo com o
especialista, não existe a menor possibilidade de colisão com o planeta:
"No caso específico desse asteroide, não há risco algum de ele impactar
a Terra. Pelas observações e pelos estudos que fizemos, ele vai passar a
uma distância muito grande da Terra, cerca de 42 milhões de
quilômetros. Ele é um asteróide grande, tem uma ordem de grandeza
superior a um quilômetro, e se ele entrasse em rota de colisão com a
Terra, as consequências poderiam ser muito graves. Mas não há riscos: o
corpo celeste passará muito longe do planeta."
Carlos Henrique Veiga critica a forma como as informações foram divulgadas pela Nasa:
"Há algumas imprecisões nestas notícias. Por exemplo, elas não revelam
qual órbita o asteróide estaria seguindo e de que modo ele vem sendo
rastreado. Ora, um astrônomo daqui do Observatório Nacional jamais
sairia por aí produzindo declarações de impacto na mídia porque o risco
de se criar pânico é muito grande. Então, se fosse realmente verdade a
hipótese de que o asteroide poderia se chocar com a Terra, a forma de
divulgar a notícia seria muito mais prudente e cautelosa. Acima de tudo,
são necessárias muita observação e muita cautela em relação às notícias
que envolvem corpos celestes."
Carlos Henrique Veiga também analisou os efeitos de uma possível
colisão do asteroide com a Terra. Para o astrônomo, o impacto não
destruiria totalmente o planeta:
"Dependendo de onde ocorra a colisão – e o mais provável é que ocorra
na água – o efeito imediato seria a geração de uma frente monumental de
ondas. Ou seja, a colisão provocaria uma enorme tsunami causadora de
mortes e destruição. O choque não seria suficiente para destruir toda
Terra mas, certamente, causaria grandes inundações."
O astrônomo explicou ainda as diferenças conceituais, do ponto de vista astronômico, entre os corpos celestes:
"Em vários países, inclusive o Brasil, existem programas de
monitoramento destes corpos. Desta forma, nós, físicos e astrônomos,
conseguimos acompanhar os deslocamentos e as trajetórias de objetos como
asteroides, cometas e meteoros. O meteoro, em geral, é resíduo de
alguma coisa. Ele pode ser um fragmento de um asteroide, a poeira de um
asteroide ou ainda a poeira de um cometa. Os meteoros são exatamente
isso: fragmentos ou a poeira cósmica de asteroides e cometas. Na
verdade, são três denominações para o que é tratado genericamente como
meteoros: enquanto estão no universo ou no cosmos, eles são chamados de
meteoroides; quando entram na atmosfera da Terra, tornam-se meteoros, e
quando caem no planeta, ganham a classificação de meteoritos".
Notícias Extra
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