Entidades representativas denunciam superintendente da Polícia Civil da Paraíba

Em nota
assinada pela Aspol, Atendepol e Sindperitos, os policiais civis acusam o
superintendente da Polícia Civil de querer desqualificar a luta da
categoria em busca de direitos.
As entidades acusam o governo
conceder somente aos delegados 100% de aumento das vagas para alcançar o
final da carreira, enquanto que para outras categorias da Polícia foi
concedido menos de 10%.
No contraponto, as categorias apresentaram
m uma lista de denúncias de irregularidades na Polícia Civil da Paraíba
e acusam o superintendente de conivência com os supostos desvios
internos.
Confira a nota
As entidades
representativas da Polícia Civil da Paraíba, ASPOL, ATENEPOL e
SINDPERITOS, vem a público repudiar a desrespeitosa declaração do
delegado Marcos Paulo Vilela, Superintendente da Polícia Civil da
Paraíba, que, em entrevista ocorrida no dia 08/01/2018, classificou como
oportunista a postura de luta pela dignidade dos policiais civis
paraibanos que tem sido carreada pelos legítimos representantes de 87%
da Polícia Civil da Paraíba. Mais uma vez, presenciamos a tentativa de
desqualificar a luta de trabalhadores em busca daquilo que é legítimo,
legal e justo.
Certamente, tal postura do delegado se
deve à dificuldade de discernir entre o papel de gestor de uma
instituição pública e o de membro de entidade classista de delegados, ou
quiçá de diferenciar entre a atuação de um gestor público e de um
gestor de empresa privada, realidade que induz à violação de princípios
basilares da administração pública, em especial a impessoalidade e a
moralidade.
Tratando então do termo “oportunista”,
descrevemos à sociedade paraibana aquilo que as entidades que
representam 87% dos policiais civis do estado apontam como sendo
verdadeiramente ações de oportunistas:
– Oportunista é
negar a verdade e tentar encobrir uma série de privilégios dados somente
a uma categoria da Polícia Civil, como ocorreu com a aprovação do PL
1664, no qual somente aos delegados foi propiciado 100% de aumento das
vagas para alcançar o final da carreira, enquanto que para outras
categorias da PC foi concedido menos de 10%.
–
Oportunismo é tentar enganar a opinião pública, repetindo inverdades
sobre o PL 1664, afirmando tratar-se do mesmo conteúdo da Medida
Provisória 222/2014, quando tais conteúdos cabalmente possuem textos
diferentes, inclusive o do PL, agora lei, que passou a obrigar o
policial civil a vender seus dias de folga e de convívio familiar sem
estabelecimento de qualquer limite de horas trabalhadas.
– Oportunismo é construir legislação para possibilitar que gestores da Polícia Civil recebam horas-extras permanecendo em casa.
–
Oportunismo é ser gestor da Polícia Civil e não exigir os equipamentos
de proteção individual para que os policiais possam trabalhar com o
mínimo de segurança, tais como coletes balísticos que estão vencidos há
mais de três anos, para não desagradar o governo e garantir privilégios.
–
Oportunismo é esconder da população que nenhuma atitude efetiva foi
adotada para que os policiais civis deixassem de portar as armas de fogo
que vêm apresentando defeitos.
– Oportunismo é utilizar
das prerrogativas do cargo e a proximidade com as autoridades do estado
para conquistar privilégios para um só cargo.
–
Oportunismo é utilizar uma instituição pública para ações de
autoafirmação do cargo de delegado, em detrimento da construção do senso
de equipe e da valorização conjunta.
– Oportunismo é
usar-se do assédio moral contra servidores na tentativa de impor
atribuições que não lhes são obrigatórias, buscando encobrir carências
e, principalmente, eximir os senhores delegados de suas reais
atribuições.
– Oportunismo é ser gestor público sem dar o
exemplo daquilo que deve exigir para o bom funcionamento institucional e
a adequada prestação de serviços à população.
À
população paraibana e à imprensa do estado, não faltam exemplos de ações
realmente oportunistas praticadas por uma ‘casta de delegados
gestores’, que se confundem com representantes classistas e trabalham
diariamente contra as demais categorias, trazendo prejuízo, inclusive,
para muitos de seus pares.
Reiteramos nosso mais
profundo repúdio, no entanto, sem qualquer reação de surpresa, visto que
tais atitudes são recorrentes e promovem há anos a desarmonia e a
segregação dentro da Polícia Civil, afastando cada vez mais o diálogo
construtivo, para tentar manter privilégios que até agora estavam
distantes do conhecimento do cidadão, que paga seus salários.
Nós, que fazemos parte da Polícia Civil que realmente trabalha e se
preocupa com o cidadão e com esta instituição, continuaremos lutando
pelo tratamento igualitário, justo e digno a todos os policiais civis,
empreendendo nosso suor, nossas lágrimas e até nosso sangue pela
segurança pública, mantendo-nos distantes daqueles que se dedicam apenas
a angariar supersalários e aparecer em entrevistas.
Por fim, deixamos para reflexão alguns questionamentos:
1 – Por que 87% das categorias estão insatisfeitas por inúmeras
situações e apenas uma demonstra que está plenamente satisfeita?
2
– Por que os gestores da Polícia Civil há mais de três anos permitem
que policiais arrisquem ainda mais suas vidas com coletes vencidos e
armas defeituosas?
3 – Por que delegados foram
fervorosamente defender a aprovação do PL 1664, enquanto os
representantes de 87% das demais categorias da Polícia Civil
demonstravam sua insatisfação pelo projeto?
4 – Por que uma casta de delegados cria tantos obstáculos para a luta das demais categorias por melhorias?
MaisPB
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