Condenada em 2916, nova ministra do Trabalho deve R$ 60 mil de dívida trabalhista
![]() |
Deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO |
A
nova ministra do Trabalho, Cristiane Brasil (PTB), foi condenada em
2016 a pagar uma dívida trabalhista de R$ 60,4 mil a um motorista que
prestava serviços para ela e para sua família, conforme decisão do
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1) confirmada em segunda
instância.
De
acordo com informações do TRT, o mérito do caso já foi julgado e a
parlamentar só pode recorrer ao TST sobre o valor da indenização. O
valor, portanto, ainda pode ser alterado.
De
acordo com o juízo, o funcionário não teve a carteira de trabalho
assinada e, por isso, deveria ter ganho de causa para receber
gratificações como férias, aviso prévio e gratificações natalinas. A
carga horária do funcionário era de cerca de 15h por dia, de acordo com o
juiz Pedro Figueiredo Waib, que condenou em primeira instância.
“Acolho
que o autor trabalhava de segunda a sexta, das 6h30 às 22h, com uma
hora de intervalo intrajornada”, escreve o magistrado.
No
processo, a parlamentar afirma que o motorista “exercia tão somente
trabalho eventual” e que “não era e nem nunca foi seu empregado”.
Segundo Cristiane Brasil, ela o conheceu quando trabalhava na Câmara dos
Vereadores e tinha relação meramente comercial, “sem exclusividade e
subordinação”. Em nota, disse que respeita a decisão.
“Esclareço
que as defesas dos processos em pauta estão nos autos. Contestei ambas
as acusações por entendê-las injustas, porém respeito as decisões dos
magistrados trabalhistas, pois elas fazem parte do processo democrático e
dos princípios constitucionais”, diz a ministra.
De
acordo com sentença de julho de 2017, a dívida de R$ 60 mil foi abatida
com penhoras e era, àquela época, de R$ 52 mil. Até outubro do ano
passado, Cristiane não havia comprovado o pagamento integral, conforme
consta no processo.
Na
versão do motorista Fernando Fernandes, ele trabalhou exclusivamente
para a parlamentar e para os filhos dela entre 2012 e 2014. Das 6h30 às
22h, levava as crianças ao médico, escola, psicólogos ou até mesmo
“baladas”.
Em
seu depoimento, o funcionário afirma que recebia R$ 1 mil em espécie e
outros R$ 3 mil na conta também para levar as empregadas da deputada às
compras e ficar à disposição da patroa. Em um dos anos, narra, teria
folgado somente aos domingos.
Outro Processo
O nome de Cristiane Brasil não consta no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas do Tribunal Superior do Trabalho.
A
defesa de Fernando afirma que não houve a inclusão na lista porque bens
da ministra foram penhorados e o processo, já transitado em julgado,
aguarda a execução de novos bens.
Um
processo mais recente foi registrado em 2017 por outro motorista:
Leonardo Eugêncio de Almeida Moreira. Neste caso, o desfecho foi
diferente. A então deputada se comprometeu a pagar R$ 14 mil, em
parcelas de R$ 1 mil, além de assinar a carteira de trabalho.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário