Ministério Público Federal pede 386 anos de prisão para o deputado cassado Eduardo Cunha
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O pedido foi feito nas alegações finais assinadas pelos procuradores Anselmo Cordeiro Lopes e Sara Moreira Leite, que integram a força-tarefa da Operação Greenfield - (Foto: Reprodução) |
O pedido foi feito nas alegações
finais assinadas pelos procuradores Anselmo Cordeiro Lopes e Sara
Moreira Leite, que integram a força-tarefa da Operação Greenfield. Eles
querem também que o ex-ministro de Estado e ex-deputado Henrique Eduardo
Alves seja condenado a 78 anos de prisão, além de multa de R$ 3,2
milhões, pelos mesmos crimes.
“Igualmente é essencial para a
definição das penas de Henrique Alves e Eduardo Cunha a constatação de
serem estes criminosos em série (criminal serial), fazendo da política e
da vida pública um caminho para a vida delituosa. De fato, restou
demonstrado no curso da ação penal que Cunha e Alves possuem
personalidades voltadas para o crime, para a corrupção em seu sentido
mais amplo”, escreveram os procuradores.
Neste processo, os dois
ex-deputados foram acusados de receber propina da empresa Carioca
Engenharia em contratos do projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro,
financiados pelo Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FI-FGTS). Ambos já se encontram presos preventivamente em
decorrência de outros casos.
A liberação das operações de
financiamento teria sido influenciada por Fábio Cleto,
ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica
Federal, que foi indicado ao cargo pelo PMDB e possuía ingerência sobre
os recursos do FI-FGTS.
Entre as provas apresentadas estão
planilhas mantidas por Lúcio Funaro, ex-operador financeiro do PMDB que
assinou acordo de delação premiada, além de mensagens de celular e
comprovantes de movimentações financeiras. As propinas teriam sido
recebidas em espécie e por meio de depósitos em contas no exterior.
O
esquema também foi delatado pelos empresários Ricardo Pernambuco e
Ricardo Pernambuco Júnior, donos da Carioca Engenharia. Mesmo também
tendo confessado o esquema, Funaro e Cleto devem ser condenados a 32
anos de prisão cada, pediu o MPF. Alexandre Margotto, ex-funcionário de
Funaro, foi alvo de um pedido de prisão de 10 anos e 8 meses.
A
apresentação das alegações finais do MPF é a última etapa processual da
ação penal, após a qual o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da
10ª Vara Federal de Brasília, deve proferir as sentenças no caso.
A
defesa de Cunha disse que as alegações finais do MPF no caso não passam
de “ficção científica”, não havendo provas contra o ex-deputado,
somente depoimentos em delações premiadas.

Agência Brasil
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