Polícia Militar encerra greve iniciada em 19 de novembro no Rio Grande do Norte

A Polícia Militar do Rio Grande do Norte encerrou nesta quarta-feira
(10) a greve iniciada em 19 de dezembro. Foram 23 dias sem policiais
militares nas ruas. Na terça (9), a Polícia Civil já havia anunciado o
fim da paralisação. Dentre outras coisas, o governo se comprometeu a não
abrir nenhum processo administrativo ou motivar qualquer sanção à
categoria e ainda a pagar os salários de dezembro no dia 12 de janeiro
para todos os servidores da segurança.
Ainda na terça, a PM anunciou que acatou a proposta do governo para
encerrar a greve, mas aguardava a formalização da proposta em um
documento que só foi concluído nesta quarta. O fim da greve foi votado
em assembleia após o governo assinar este documento.
Conforme Dalchem Viana, representante da associações de policiais e
bombeiros, os militares voltam ao serviço ainda nesta quarta-feira (10),
utilizando porém, viaturas em condições de uso. "Conforme o estado for
dando condições, os policiais estarão nas ruas", declarou.
Segundo a assessoria da Polícia Militar, a expectativa é que de que o
patrulhamento já esteja normalizado até a noite. Novas viaturas foram
entregues nos batalhões da capital e um total de 50 serão
disponibilizadas até a próxima sexta-feira (12).
O governo garantiu não abrir nenhum processo administrativo ou motivar
qualquer sanção à categoria e ainda a retirar as ações judiciais
impetradas nos plantões; garantiu o pagamento integral do salário de
dezembro aos ativos, reservistas e pensionistas no dia 12 de janeiro
(PMs, bombeiros, policiais civis, Itep e agentes penitenciários); a
disponibilização de verbas federais para investimento em infraestrutura
(aporte de R$ 100 milhões); o aumento do vale alimentação de R$ 10 para
R$ 20. Além disso, o Governo se comprometeu com a chegada de 59 novas
viaturas para os batalhões da Polícia Militar com recursos do Banco
Mundial.
"Os policiais militares decidiram encerrar o movimento em respeito à
população do Rio Grande do Norte que mesmo sofrendo com a falta de
policiamento nos apoiou", disse o presidente da Associação de Cabos e
Soldados da PM, Roberto Campos.
O governador se reuniu com os deputados estaduais nesta terça e
convocou uma sessão extraordinária para votação de 19 projetos de lei
que fazem parte de um pacote fiscal denominado "RN Urgente", que foi
enviado pelo governo como parte das soluções apontadas para a crise
financeira estadual.
Greve
Os policiais reivindicavam o pagamento dos salários e melhores
condições de trabalho. Dentre as dificuldades apontadas pelos PMs, estão
a precariedade das viaturas, falta de munições e coletes à prova de
balas vencidos. No dia 4 de janeiro, os policiais militares entregaram
um documento com 18 reivindicações ao comando da Polícia Militar e ao
governo do estado.
No dia 6 de janeiro, o governador decretou calamidade na Segurança
Pública. Segundo ele, o decreto iria facilitar a compra de equipamentos
que melhorem as condições de trabalho dos policiais.
Duirante a greve, a onda de violência aumentou no estado,
principalmente na capital. Foram registrados vários roubos e
arrombamentos.
A Força Nacional foi acionada e 100 homens foram enviados ao RN. Além
disso, o governo federal enviou, no dia 30 de dezembro, 2,8 mil homens
das Forças Armadas para reforçarem o patrulhamento das ruas. A
permanência das Forças Armadas no RN termina dia 12 de janeiro.
G1
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