Dirigentes do PT desafiam Justiça a decretar a prisão do ex-presidente Lula
O senador Humberto Costa (PE) afirmou que não pagaria para ver a repercussão social em caso de detenção em um momento de insatisfação com o governo Temer

© Antonio Cruz/Agência Brasil
Reunidos nesta quinta-feira
(25) em São Paulo, dirigentes do PT desafiaram a Justiça a decretar a
prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob ameaça de causar
convulsão social.
Lula foi condenado na quarta-feira, por unanimidade, por três
juízes do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sua pena foi aumentada dos
nove anos e seis meses de reclusão determinadas pelo juiz Sergio Moro em
julho passado para 12 anos e um mês. Segundo entendimento atual do STF,
a determinação de prisão só pode ser efetivada quando esgotados todos
os recursos na segunda instância.
O senador Humberto Costa (PE)
afirmou que não pagaria para ver a repercussão social em caso de
detenção em um momento de insatisfação com o governo Temer.
"Uma
parcela significativa da população deposita esperança, no retorno de
Lula, para uma vida melhor. São imprevisíveis as consequências. Eu não
pagaria para ver. Não sei o que pode acontecer".
Presidente
do PT no Rio, o ex-prefeito Washington Quaquá afirma que hoje seria uma
bravata prometer levar um milhão de pessoas às ruas em defesa de Lula.
Mas que seria muito mais fácil trabalhar por isso se Lula fosse preso.
"Atrevam-se
a prender Lula", disse. "Não queremos fazer revolução. Queremos fazer
um grande acordo nacional. Mas, se prenderem o Lula, a democracia no
Brasil, para nós, acabou", continuou o presidente do PT no Rio.
SINUCA DE BICO
Dirigentes
do PT estão desorientados sobre a melhor estratégia após a condenação
unânime de Lula no TRF-4. Um amigo do ex-presidente afirma que o partido
está "em uma sinuca de bico", divididos entre a aposta em uma reversão
na Justiça e o acirramento do discurso.
Enquanto governadores
petistas ainda defendem publicamente uma investida no STF (Supremo
Tribunal Federal), com construção de pontes com ministros, uma ala
significativa do partido duvida das chances de vitória em terceira
instância e defendem um novo enfrentamento ao Judiciário. A única saída,
dizem, é buscar apoio nas ruas.
O deputado Wadih Damous (RJ), por exemplo, admite: "Não vamos agir com a ilusão da institucionalidade".
O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), também defende uma intensificação das atividades de ruas, incluindo o Carnaval.
Para a eleição, petistas repetem que não há plano B. Vice-presidente
do PT, o ex-ministro Alexandre Padilha recorre a uma analogia
futebolística para justificar a manutenção da candidatura do
ex-presidente. Ele diz que em um campeonato de 15 rodadas, ninguém
tiraria o Pelé já no início da disputa só porque haveria o risco de
expulsão na semifinal. O problema, afirma, "é que tem um juiz em campo".
Notícias ao Minuto com informações da Folhapress
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