Brasil é o país mais violento para populações camponesas no mundo, aponta dados da Comissão da Pastoral da Terra
Sessenta e cinco pessoas foram assassinadas em conflitos no campo em 2017, divulga Pastoral

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A Comissão Pastoral da Terra
(CPT) contabiliza 65 pessoas assassinadas em conflitos no campo em
2017, o que faz do Brasil o país mais violento para as populações
camponesas no mundo, de acordo com a CPT. Os dados são preliminares e
devem integrar relatório que a comissão divulga, todos os anos, com
balanço sobre conflitos no campo no país.
O estudo destaca o crescimento de assassinatos em massa como
método para exterminar grupos que atuam em defesa de direitos. Nos
últimos anos, as mortes de lideranças vinham sendo mais frequentes que
as chacinas, por isso a comissão caracteriza o ano de 2017 como “o da
volta dos massacres no campo”. “O que nós estamos vendo é isto: um
Brasil que está eliminando, de forma sistemática, pessoas que lutam pela
terra, pela água”, diz o integrante da coordenação nacional da CPT,
Paulo César.
Entre os crimes mapeados pela CPT, estão as chacinas
de Pau D’Arco, no Pará, em maio, quando dez trabalhadores rurais foram
assassinados; de Colniza, em Mato Grosso, em abril, quando nove
posseiros e agricultores foram executados; e a de Vilhena, no estado de
Rondônia, onde três trabalhadores rurais foram mortos por lutarem pela
reforma agrária, segundo as informações recebidas por integrantes da
comissão que atuam em diferentes regiões do Brasil.
Paulo César
relata que a Pastoral da Terra avalia que a situação guarda conexão com a
crise política vivenciada no Brasil, o que leva à agudização também das
disputas de interesses entre comunidades tradicionais, agricultores em
geral e grupos interessados em explorar territórios, como o agronegócio,
setor que tem conquistado mais espaço institucional: “O significado
disso para o campo está sendo desastroso, porque tanto a força das
bancadas quanto das empresas que alimentam essa política têm sido muito
grande”.
Os dados de 2017 revelam que houve piora no cenário em relação ao ano
anterior, quando o relatório da CPT indicou o pior resultado desde
2003. Em 2016, as diversas formas de violência no campo resultaram em 61
mortes. Em 2015 foram 50 pessoas assassinadas em conflitos agrários.
Diante disso, a comissão alerta que é preciso ter políticas efetivas
para garantir segurança às pessoas que vivem e lutam no campo.
Notícias ao Minuto com
informações da Agência Brasil
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