Tribunal Regional Federal da 4ª Região nega apreensão do passaporte do ex-presidente Lula

O
desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, negou hoje (26) pedido feito por três
advogados para apreender o passaporte do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e impedi-lo de sair do pais. A decisão contrasta com liminar
concedida ontem (25) pela Justiça Federal em Brasília, que autorizou a
retenção do documento.
Ao analisar o caso, o magistrado entendeu
que somente o Ministério Público Federal (MPF), a Policia Federal ou
outras partes do processo poderiam fazer o pedido.
Gebran também
considerou o pedido “inusitado”. “Nem mesmo sob a ótica do inusitado
pedido para estabelecimento de ofício da restrição, ou mesmo da invocada
representação em nome da sociedade brasileira, não há como dar-lhe
trânsito”, disse o desembargador.
Ontem (25), baseado em um pedido
feito pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal, o juiz
federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, determinou a retenção do
passaporte do ex-presidente e o proibiu de sair do país.
O juiz
entendeu que a viagem que o ex-presidente faria hoje à Etiópia para
participar de um evento da Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO) poderia trazer riscos para investigação,
como a fuga do país.
Um dos fatores que levaram à concessão da
liminar foi a decisão do TRF-4 que, nesta semana, confirmou a condenação
de Lula na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá (SP) e aumentou a
pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão.
Em função
da decisão, o passaporte do ex-presidente foi entregue por sua defesa
nesta manhã na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
O
advogado Cristiano Zanin classificou de indevida a determinação de
entrega do passaporte e informou que tomará as medidas legais cabíveis
para reverter a decisão. “É uma restrição do direito de ir e vir do
ex-presidente Lula, que não se justifica”, disse. “Estamos cumprindo a
decisão sob protesto, mas acreditamos que ela será revertida”, disse.
Agência Brasil
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