Presidentes do TRF4 e do Supremo Tribunal Federal discutem ameaças a desembargadores
No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício para que fossem investigadas as ameaças direcionadas ao TRF4 e aos três desembargadores que julgarão o recurso de Lula
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Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia - (Foto: Reprodução) |
O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4), desembargador Thompson Flores, foi hoje (15) ao gabinete da
ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
para discutir providências sobre ameaças recebidas pelos desembargadores
que julgarão, no próximo dia 24, em Porto Alegre, o recurso contra a
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião
de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia, que preside também o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem um departamento para
cuidar da segurança de magistrados. O desembargador tem encontros
marcados também com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional, Sergio Etchegoyen, e com a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge.
No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício à Cármen Lúcia e a
outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia
Federal (PF), para que fossem investigadas as ameaças recebidas pela
internet e por telefone, direcionadas ao TRF4 e aos três desembargadores
que julgarão o recurso de Lula: João Gebran Neto, relator; Victor Laus e
Leandro Paulsen.
Na semana passada, o presidente do TRF4 assinou uma portaria
suspendendo o expediente e dispensando funcionários de comparecem ao
Tribunal no dia do julgamento de Lula. Preocupado com a segurança, ele
também se reuniu com deputados do PT, a quem pediu cooperação para
manter pacíficas as manifestações previstas em Porto Alegre, onde fica a
sede da corte recursal.
Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da primeira instância da
Justiça Federal, em julho do ano passado, a nove anos e meio de prisão,
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente
foi acusado de receber propina da empreiteira OAS na forma de um
apartamento triplex no Guarujá (SP), em troca de favorecimentos em
contratos na Petrobras.
A defesa de Lula nega as acusações e afirma ter ficado provado que
Lula nunca foi nem seria proprietário do apartamento. Os advogados do
ex-presidente alegam que ele sofre uma perseguição política por
intermédio do Judiciário, numa tentativa de inviabilizá-lo
politicamente, tática conhecida como law fare.
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