Servidor público estadual terá teto da aposentadoria igual ao do INSS
Hoje, o teto para a remuneração dos trabalhadores no regime geral do INSS é de R$ 5.531,31
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A equiparação do teto dos regimes próprios de previdência com o regime geral já havia sido prevista também em 2014 - (Foto: Reprodução) |
Os servidores que ingressarem no poder público após a
regulamentação da previdência complementar estadual, o que deve
acontecer no próximo ano, terão direito à aposentadoria com o mesmo teto
estabelecido para o regime geral do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), hoje de R$ 5.531,31. Ainda assim, os servidores com salários
superiores poderão aumentar a renda aderindo à previdência complementar,
o que é facultativo.
Instituída em 2014, a previdência complementar do regime próprio do
Estado deve finalmente sair do papel no próximo ano, caso seja aprovada
na Assembleia Legislativa a proposta para criação de uma fundação
gestora da previdência civil, militar e complementar dos servidores do
Estado, que será encaminhada pelo governo ao parlamento tão logo sejam
retomados os trabalhos na Casa, em 1ºde fevereiro.
De acordo com o secretário do Planejamento, Maia Júnior, além da
criação de uma estrutura para gerir a previdência, vinculada à Seplag,
também será encaminhada a regulamentação do Fundo Previdenciário
(Previd) e a instituição de uma holding patrimonial para os ativos do
Estado. Esta última estrutura funciona como uma administradora dos
próprios bens, organizando e protegendo o patrimônio público.
A equiparação do teto dos regimes próprios de previdência com o
regime geral já havia sido prevista também em 2014, mas como a
previdência complementar não foi constituída, a equiparação também não
foi realizada. De acordo com Francisco Rabelo, assessor da Seplag, a
partir da implementação da previdência complementar, o teto será
estabelecido e os servidores que receberem salários de valores
superiores poderão contribuir com o novo fundo para complementar a
renda, contando também com a contribuição do Estado.
A
proposta a ser enviada pelo Estado, entretanto, não traz mudanças sobre
idade para aposentadoria ou tempo mínimo de contribuição, que são
questões de competência federal e devem ser definidas no projeto de
Reforma da Previdência que tramita na Câmara dos Deputados, de
iniciativa do governo federal. Essas alterações também vão impactar na
aposentadoria dos servidores públicos.
Adaptações
De acordo com o economista Célio Fernando, que participa de um grupo
de trabalho para avaliar os ativos do Estado e passivos previdenciários,
as modicações são uma consolidação de um planejamento que já vem sendo
feito há anos no Estado. "Já tinha instituído um regime de
capitalização, foram reordenadas as contribuições dos servidores do
Estado em 2016 (de 11% para 14%). Agora, entram as últimas adaptações",
aponta.
Como essa mudança afetará a aposentadoria de
servidores que ainda não entraram no poder público, o impacto só será
sentido nas finanças públicas estaduais daqui a cerca de 30 anos. Por
enquanto, para lidar com o déficit da previdência estadual, que
encerrou 2016 com um rombo de R$ 1,43 bilhão, o economista aponta que o
Estado já tem as previsões necessárias, com valores contingenciados para
equilibrar as contas.
Célio Fernando argumenta que a discussão de alterações na previdência precisa levar em consideração uma visão sistêmica do Estado. "No Brasil, se discute o regime geral, mas não se discute uma reforma administrativa, o que seria crucial - saber o tamanho do estado e como ele funciona para saber resolver o futuro. Previdência não funciona só com a folha de pagamento", explica o economista. "Não se pensa, por exemplo, se um servidor com idade avançada irá contribuir para a e ciência do estado", acrescenta.
Célio Fernando argumenta que a discussão de alterações na previdência precisa levar em consideração uma visão sistêmica do Estado. "No Brasil, se discute o regime geral, mas não se discute uma reforma administrativa, o que seria crucial - saber o tamanho do estado e como ele funciona para saber resolver o futuro. Previdência não funciona só com a folha de pagamento", explica o economista. "Não se pensa, por exemplo, se um servidor com idade avançada irá contribuir para a e ciência do estado", acrescenta.
Ele destaca que a iniciativa tomada pelo governo em relação ao regime
próprio de previdência auxilia, no longo prazo, o equilíbrio das contas
e consequente maior capacidade de investimento. "O governo pensou em um
plano de investimentos, com o Ceará Veloz, e um de desenvolvimento de
Estado, como é o Ceará 2050, pensando não só no controle de gastos em
si, mas de equilíbrio de longo prazo".
Diário do Nordeste
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