Maluf tem doença grave, mas pode seguir preso na Penitenciária da Papuda, atesta laudo do IML
A
perícia feita pelo Instituto Médio Legal (IML) do Distrito Federal
atestou que o deputado Paulo Maluf (PP-SP) tem doença grave e
permanente, mas que o tratamento pode ser feito no presídio.
Maluf
está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena de
sete anos e nove meses em regime fechado pela condenação definitiva por
lavagem de dinheiro. De acordo com a peritos do IML, Maluf pode seguir
na prisão, desde que tenha acompanhamento ambulatorial especializado. No
laudo, os peritos afirmam que o deputado apresenta-se “lúcido,
orientado no tempo e espaço, tem discurso coerente, memória preservada e
boa cognição”. Além disso, encontra-se em bom estado geral, com
respiração normal, “corado, hidratado, afebril ao tato”.
Ainda
segundo a perícia, realizada na última sexta-feira (22), apesar de estar
clinicamente bem, há a possibilidade de “deterioração progressiva e até
mesmo rápida do quadro clínico”, a depender do comportamento evolutivo
do câncer de próstata.
Maluf se apresentou à Polícia Federal, em
São Paulo, na quarta-feira (20), após o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Edson Fachin expedir mandado de prisão contra ele. No dia
seguinte ele foi transferido para Brasília.
A pedido da defesa de
Maluf, a Vara de Execuções Penais (VEP) do DF determinou, na
quinta-feira (21), que ele passasse por perícia médica oficial para
avaliar se o deputado poderá cumprir prisão domiciliar humanitária, como
querem seus advogados, por ter 86 anos e problemas de saúde, como
câncer de próstata, hérnia de disco e problemas cardíacos
A defesa
de Maluf pede, caso a VEP-DF não acate o pedido de suspensão do
cumprimento da pena, que o regime fechado seja substituído pelo
domiciliar, em São Paulo, tendo em vista a idade avançada e a
fragilidade do estado de saúde do deputado.
Julgamento
Em
maio, por 4 votos a 1, Maluf foi condenado pela Primeira Turma do STF. O
colegiado entendeu que ele movimentou quantias milionárias em recursos
ilícitos localizados em contas nas Ilhas Jersey. Apesar de julgar pela
prescrição do crime de corrupção passiva, os ministros votaram pela
condenação por lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia do
Ministério Público, Maluf recebeu propina de contratos públicos com as
empreiteiras Mendes Júnior e OAS. Os recursos teriam sido desviados da
construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto
Marinho. O custo total da obra foi de cerca de R$ 800 milhões.
As
investigações se arrastaram por mais de 10 anos, desde a instauração do
primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da
Justiça. Os procuradores estimaram em US$ 170 milhões a movimentação de
recursos ilícitos. O Supremo assumiu o caso após a eleição de Maluf como
deputado.
Terra
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