Crenças e costumes: entenda como cada religião comemora o Natal, dia do nascimento de Cristo
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(Foto: reprodução) |
Luzes.
Árvore de natal. Presentes, uva passa, e peru. No Brasil, a tradição
natalina quase segue um ritual. Pessoas de todas as classes sociais
celebram a data, que é repleta de simbologia. As diferentes crenças
também encontram uma forma de comemorar, cada um da sua maneira.
Dentre
as religiões, uma consideração é quase absoluta: é a data mais
importante do calendário. Mas as religiões de matriz africana, por
exemplo, não celebram o natal.
De acordo com a líder de um
terreiro de Candomblé, Mãe Renilda, no fim de ano há apenas uma festa,
que é das grandes. “Nós fazemos a festa do encerramento do ano no
Candomblé. Juntamos todas as famílias, os filhos e filhas de santos e os
filhos dos filhos de santo. Comemoramos a alegria de termos tido tanto
êxito no ano”, conta.
No terreiro de Mãe Renilda há cerca de 500
participantes. A festa sempre acontece no último dia do ano, e para o
evento, a organização é como qualquer outra: “Um traz arroz, o outro o
bolo, outro frango assado”, explica Renilda.
A festa segue um
roteiro. Rezas com orixás, jogo de búzios para fazer as previsões do
futuro da casa são algumas das etapas. O ritual ainda serve para
escolher a mensagem que será passada no próximo ano.
Nascimento de Cristo
“O
Natal para nós tem um sentimento profundamente espiritual”, conta o
teólogo e cristão Thiago Ribeiro. Segundo Thiago, apesar da data não
estar documentada na Bíblia, ela é simbólica para os cristãos, pois
representa o nascimento de Jesus.
Ainda segundo o teólogo, o
cristão não deve se prender à data. “Nós cristãos temos que viver o
natal todos os dias, relembrar o nascimento de Cristo e o que isso
significa”.
A confraternização é comum: ceia e trocas de
presentes. Mas não há nada preestabelecido. Segundo Thiago, algumas
igrejas promovem eventos, outras não. A celebração maior é em relembrar
que Jesus, filho de Deus, veio à Terra para salvar pecadores.
“No natal e nos outros dias, oferecemos a Jesus o presente da nossa própria vida”, completa Thiago.
Os
espíritas também veem em Jesus motivo para a celebração. O presidente
da Federação Espírita da Paraíba, Marco Lima, conta: “Ele é nosso
mestre, senhor e governador espiritual”.
Assim como os cristãos,
os espíritas não seguem qualquer roteiro nos dias 24 e 25. A diferença é
que as boas ações são ainda mais motivadas. “Somos convidados pela
consciência cristã que buscamos desenvolver, atitudes solidárias e de
amor ao próximo, com campanhas de donativos, visitas a hospitais,
presídios, comunidades carentes”, relata.
O Natal traz uma
simbologia que causa reflexão. “É importante que esse nascimento traduza
a sinceridade e esforço para seguir o caminho que ele nos aponta para
unidade com Deus”, conta Marco.
Tradição que se renova
Apesar
de ser uma festa que acontece todos os anos, a tradição não ofusca a
alegria dos católicos em celebrar o momento. O arcebispo Dom Delson
confirma. “Cada natal é um reencontro com Jesus Cristo”.
Ano após
ano, o menino Jesus com Maria e José é contemplado. E ano após ano, a
intensidade da solenidade faz da festa uma das maiores dos católicos.
Com oito dias de celebração, começa na véspera e vai até a outra semana.
As
ações de graça, que são comuns na religião, se tornam ainda mais cheias
de motivos para acontecerem. Na missa, cada detalhe relata um pouco da
mensagem. “Os cantos, o ‘glória’ que entoamos, o evangelho que é
proclamado. Tudo relembra o nascimento de Jesus e aí o clima é de muita
alegria, muita paz, porque é isso que Jesus vem trazer”, destaca o
arcebispo.
Caroline Queiroz – MaisPB
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