Operação Maus Caminhos: Cassado, governador do Amazonas é preso por desvios de recursos

Governador
 cassado do Amazonas, José Melo (PROS), foi preso na manhã desta 
quinta-feira (21) na terceira fase da operação “Maus Caminhos”, que 
apura desvios de verba e fraudes na Saúde do Amazonas. Segundo a Polícia
 Federal (PF), ainda devem ser cumpridos sete mandados de busca e 
apreensão, em Manaus e Rio Preto da Eva, na Região Metropolitana. Melo 
foi cassado por compra de votos na eleição de 2014.
Ao G1, o advogado de defesa do ex-governador disse que ainda não tinha sido informado da prisão.
Segundo
 a PF, o objetivo da operação é investigar crimes de corrupção ativa, 
corrupção passiva, lavagem de capitais e de organização criminosa em 
suposto esquema que envolve o ex-governador do Estado do Amazonas, José 
Melo, cassado por compra de votos nas eleições de 2014.
A
 nova fase da operação foi denominada de “Estado de Emergência”. O nome é
 uma alusão à situação de calamidade pública que se encontrava a 
prestação de serviços de saúde no Amazonas, em 2016. Naquele ano, o 
governo decretou estado de emergência econômica e criou um gabinete de 
crise.
Por
 meio de nota, a PF informou que: “Os fatos relacionados ao envolvimento
 do ex-governador do Estado somente aparecem após o avanço da 
investigação e dão conta de que o chefe maior do executivo estadual 
recebia pagamentos periódicos dos membros da organização criminosa”.
Maus caminhos
A
 primeira fase da Maus Caminhos ocorreu em setembro de 2016. O médico 
Mouhamad Mustafa foi apontado como chefe do esquema. A segunda fase 
ocorreu no início deste mês. A ação foi intitulada operação “Custo 
Político” e resultou na prisão de dois ex-secretários de saúde, um 
ex-secretário de Administração e Gestão e um ex-chefe da Casa Civil, bem
 como dois ex-secretários executivos da Secretária de Saúde do Amazonas.
Os
 crimes eram praticados por membros da organização criminosa que 
utilizava recursos públicos desviados do Fundo Estadual de Saúde, 
realizavam pagamentos de propina a agentes políticos e servidores 
públicos, com o objetivo de obter facilidades dentro da Administração 
Pública estadual.Investigações
Em
 2016, a Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que possuía 
contratos firmados com o Governo do Estado para a gestão da Unidade de 
Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade 
Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de 
Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio
 Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo 
Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização
 social.
A
 investigação que apontou a existência da fraude iniciou a partir de uma
 análise da Controladoria Geral da União (CGU) sobre a concentração 
atípica de repasses do Fundo Estadual de Saúde ao INC.
Segundo
 a PF, o grupo utilizava o instituto para fugir dos procedimentos 
licitatórios regulares e permitir a contratação direta de empresas 
prestadoras de serviços de saúde administradas, direta ou indiretamente,
 por Mouhamad Moustafa, apontado como chefe do esquema.
As
 investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase 
R$ 900 milhões de reais repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo 
Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250
 milhões de reais teriam sido destinados ao INC.
G1
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