Ministro do Supremo Tribunal Federal determina que o deputado Paulo Maluf seja preso
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Deputado federal Paulo Maluf - (PP) |
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou hoje
(19) que o deputado Paulo Maluf (PP-SP), de 86 anos, comece a cumprir
imediatamente, em regime fechado, a pena de 7 anos 9 meses e 10 dias de
prisão, a qual foi condenado em maio pelo crime de lavagem de dinheiro.
Maluf
havia entrado com embargos de declaração para tentar reverter sua
condenação, mas o recurso foi negado em outubro pela Primeira Turma do
STF. Após isso, Maluf entrou com novo embargo, em busca de reduzir sua
pena, mas Fachin entendeu que o novo recurso não seria mais cabível.
“Por
qualquer dos fundamentos, é manifestamente incabível o recurso
manejado, restando evidenciado seu caráter meramente protelatório”,
escreveu o ministro. “Determino, pois, o imediato início da execução do
acórdão condenatório”, acrescentou.
O acórdão condenatório
[sentença proferida pela Turma] contra Maluf definiu também que o
deputado perca o mandato parlamentar, de acordo com os termos do
Parágrafo 3 do Artigo 55 da Constituição Federal, segundo o qual a
cassação deve ser determinada pela Mesa Diretora da Câmara “de ofício ou
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”.
Entenda o caso
Pelo
placar de 4 a 1, Maluf foi condenado em maio pela Primeira Turma do
STF. O colegiado entendeu que ele movimentou quantias milionárias em
recursos ilícitos localizados em contas nas Ilhas Jersey. Apesar de
julgar pela prescrição do crime de corrupção passiva, os ministros
votaram pela condenação por lavagem de dinheiro.
Segundo a
denúncia do Ministério Público, Maluf recebeu propina de contratos
públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS, no período em que foi
prefeito da cidade de São Paulo (1993-1996). Os recursos teriam sido
desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida
Roberto Marinho. O custo total da obra foi de cerca de R$ 800 milhões.
As
investigações se arrastaram por mais de 10 anos, desde a instauração do
primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da
Justiça. Os procurados estimaram em US$ 170 milhões a movimentação
total de recursos ilícitos. O Supremo assumiu o caso após a eleição de
Maluf como deputado.
Defesa
Por meio de
nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que
representa Maluf, criticou a decisão de Fachin. Para o defensor, por ter
recebido um voto favorável por sua absolvição no julgamento da Primeira
Turma, o deputado deveria ter direito a apresentar recurso ao plenário.
Kakay disse que irá pedir à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia,
para reverter a decisão que negou a última apelação de seu cliente.
“Esta
decisão do ministro Fachin vem ao encontro deste momento punitivo e dos
tempos estranhos pelos quais passamos”, disse o advogado. “Confiamos
que a presidência do Tribunal devolverá o direito do deputado de ver seu
recurso ser analisado pelo pleno do Supremo.”
Agência Brasil
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