Quase 60 milhões de brasileiros estão negativados, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito

O
volume de brasileiros com contas em atraso e registrados nos cadastros
de devedores segue estável, porém alto. Segundo dados do indicador do
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) a estimativa é que o Brasil
tenha aproximadamente 59,9 milhões de brasileiros com alguma conta em
atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras
parceladas.
O número representa 39,5% da população com idade entre 18 e 95 anos.
Em
novembro, houve um aumento de 0,23% na quantidade de inadimplentes na
comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação mensal, ou
seja, entre outubro e novembro de 2017, o indicador apresentou aumento
de 0,15%.
“Mesmo com a estabilidade, a cifra ainda é bastante
elevada. Para as empresas, o cenário implica a perda de potenciais
consumidores; para os consumidores, implica restrição do acesso ao
crédito”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
Para
ele, a mudança desse quadro passa pela efetiva melhora das condições
econômicas e, em especial, pela redução da taxa de desemprego.
“Nos
últimos meses, a economia brasileira iniciou um processo de
recuperação. A atividade avançou por três trimestres consecutivos e a
inflação e os juros recuaram. Algumas mudanças de regras também
favoreceram o consumidor, a exemplo das novas regras do rotativo do
cartão de crédito. Não obstante, a recuperação ainda é incipiente e não
atinge o bolso do consumidor”, conta.
Faixa etária com maior quantidade de negativados é entre 30 e 39 anos
A
estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se
observa a maior frequência de negativados. Em novembro, praticamente
metade da população nesta faixa etária (49%) tinha o nome inscrito em
alguma lista de devedores, somando um total de 16,93 milhões.
Também
merece destaque o fato de porcentagem significativa da população com
idade entre 40 e 49 anos (47%) estar negativada, da mesma forma que
acontece com os consumidores com idade entre 25 a 29 (46% em situação de
inadimplência). Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a
proporção cai para 21% – em número absoluto, 4,92 milhões.
Na
população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a
proporção é de 31%, o que representa 4,92 milhões de pessoas.
Sudeste é a região que concentra a maior quantidade de inadimplentes
É
na região Sudeste em que se concentra a maior quantidade de
consumidores com contas em atraso, em termos absolutos: 24,24 milhões –
número que responde por 37% do total de consumidores que residem no
estado. A segunda região com maior número absoluto de devedores é o
Nordeste, que conta com 16,85 milhões de negativados, ou 42% da
população. Em seguida, aparece o Sul, com 8,30 milhões de inadimplentes
(37% da população adulta).
Já em termos proporcionais, destaca-se o Norte, que, com 5,42 milhões de devedores, possui 46% de sua população adulta incluída nas listas de negativados, o maior percentual entre as regiões pesquisadas. O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 5,08 milhões de inadimplentes, ou 44% da população.
Número de dívidas cai -3,79% em novembro
Já em termos proporcionais, destaca-se o Norte, que, com 5,42 milhões de devedores, possui 46% de sua população adulta incluída nas listas de negativados, o maior percentual entre as regiões pesquisadas. O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 5,08 milhões de inadimplentes, ou 44% da população.
Número de dívidas cai -3,79% em novembro
Outro
número calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL foi o volume de dívidas em
nome de pessoas físicas. Neste caso, a variação negativa foi de -3,79%
na comparação anual, e de -0,14% na comparação mensal.
“Desde o
início de 2016, a quantidade de dívidas em atraso desacelera de forma
mais intensa do que o número de devedores negativados. Isso quer dizer
que o consumidor inadimplente tem iniciado o pagamento de dívidas em
atraso aos poucos. Além disso, a partir do início da crise, a tomada de
novos empréstimos diminuiu significativamente”, explica a
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Os dados de
dívidas abertos por setor credor revelam que o único que apresentou alta
foi o setor de comunicação, com variação de 4,02%. No comércio foi onde
houve o recuo mais acentuado: o número de pendências com o segmento
caiu 6,44%. Em seguida, vêm os bancos (-2,55%) e os setores de água e
luz (-1,43%).
Em termos de participação, os bancos seguem como os
maiores credores do total de dívidas em atraso no país, concentrando 49%
do total. Aparecem, em seguida, o setor de comércio, com 19% do total, e
o setor de comunicação (14%). Água e luz concentram 9% das pendências.
MaisPB
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