Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social destina mais de R$ 100 milhões para cisternas

O
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a
destinação de mais R$ 100 milhões para a instalação de 6,8 mil cisternas
de segunda água, que captam e armazenam água da chuva para ser usada na
irrigação de plantações e na criação de animais. Desde que o programa
foi iniciado, em 2013, já foram liberados R$ 271 milhões, que apoiaram
25 mil famílias rurais de baixa renda do semiárido brasileiro. Mas a
demanda ainda é grande, cerca de 400 mil delas estão na fila pelo
benefício.
Passados quatro anos, apenas agora o governo começa a
compreender o real tamanho do déficit. O cálculo exato da necessidade de
instalação de cisternas de segunda água está sendo fechado. Da mesma
forma, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e o Banco Mundial, à
frente do projeto, vão iniciar uma avaliação para conhecer os frutos do
projeto, que deve ser concluída em dois anos.
Chefe do
departamento de Inclusão Produtiva do BNDES, Daniela Arantes conta que a
sua experiência com o programa mostra que o uso das cisternas
transforma a capacidade produtiva na região assistida, marcada pela
seca. Ela acrescenta que o programa tem o benefício de alterar também a
configuração familiar, ao responsabilizar as mulheres pela manutenção
dos equipamentos. “As famílias costumam nos dizer que depois de
instalada a cisterna de segunda água não precisam de mais nada para
continuarem nas áreas rurais”, afirmou.
O programa foi criado para
compensar a dificuldade de produção de 8,5 milhões de brasileiros que
convivem com a seca em nove estados – Alagoas, Bahia, Ceará, Minas
Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 66%
das famílias rurais do Nordeste não possuem acesso à rede geral de
abastecimento de água.
Com as cisternas, as famílias acumulam a
água no período chuvoso para usar no de seca. Durante as entrevistas
realizadas para avaliar a eficácia do programa, foi percebido, por
exemplo, que as famílias passaram a ter mais tempo para produzir
alimentos e criar animais a ponto de gerar renda com a venda de
excedentes, apenas porque deixaram de buscar água longe de suas
propriedades.
Estadão
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