Base Comum Curricular é homologada pelo Ministério da Educação e Cultura

O
ministro da Educação, Mendonça Filho, assinou nesta quarta-feira (20) a
portaria que homologa a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
documento que orientará os currículos da educação básica em escolas
públicas e privadas em todo o país.
A cerimônia contou com a
presença do presidente Michel Temer. Durante o evento, o ministro
anunciou que o MEC alocará R$ 100 milhões no orçamento do ano que vem
para apoio técnico e financeiro para o início das ações de implantação
da base, em parcerias com estados e municípios.
A Base foi
aprovada na última sexta-feira (15) pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE). As ações envolvem o apoio com consultores e técnicos
especializados, workshops de formação continuada de professores e
organização de materiais didáticos, principalmente guias de orientação
para a implementação da base.
Segundo o ministro, a BNCC é plural,
respeita as diferenças e os direitos humanos. “Ela é fruto de uma
construção coletiva. É imperfeita, mas buscamos fazer com que ela
pudesse ter a expressão de identidade de um Brasil que é amplo, diverso e
que é vivo e que quer construir um novo caminho. O Brasil só será um
país decente quanto tiver a educação como um fator de transformação
social”.
O presidente Michel Temer disse que a Base promove a
igualdade entre os alunos. “A base curricular é a bússola de nossas
escolas. E por isso mesmo agora temos mais clareza quanto às
competências que as crianças devem desenvolver ao longo da vida escolar.
Com a base curricular hoje anunciada estamos também promovendo um tema
caro à Constituição brasileira, que é a igualdade. Portanto, estamos
promovendo a igualdade de todos os alunos, seja no sistema público seja
no sistema privado, que passam a ter direitos iguais de aprendizado”.
O
presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime), Aléssio Costa Lima, destacou que o grande desafio ainda está
por vir, que é fazer a discussão chegar a cada uma das salas de aula do
país.
A vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed), Maria Cecilia da Motta, ressaltou a necessidade do
fortalecimento do regime de colaboração entre estados e municípios para a
implementação da Base.
Implantação
A
previsão é de que o processo de implantação da BNCC nas escolas esteja
consolidado até 2020. Ao longo 2018, as escolas e redes de ensino
deverão se adaptar e rever seus currículos para iniciarem a
implementação da Base em 2019.
Segundo o MEC, os professores
receberão formação para conhecer em profundidade o documento e haverá a
adequação necessária do material didático.
A implantação de uma
Base Nacional Comum Curricular está prevista na Constituição Federal e
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A primeira versão foi
divulgada pelo MEC em 2015 e a versão aprovada está em debate desde
abril desse ano.
O documento homologado hoje não estabelece as
diretrizes para os currículos das escolas de ensino médio. Segundo
Mendonça Filho, a base para o ensino médio deverá ser enviada pelo
Ministério da Educação ao CNE até o fim do primeiro trimestre do ano que
vem.
Referência
A BNCC servirá como
referência para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes
escolares estaduais e municipais e das propostas pedagógicas das
instituições escolares. Seu papel será o de orientar a revisão e a
elaboração dos currículos nos estados e nos municípios.
O
documento define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação
infantil e do ensino fundamental. Também estabelece os conhecimentos, as
competências e as habilidades que se espera que todos os estudantes
desenvolvam ao longo da escolaridade básica.
Segundo o CNE, o
objetivo da BNCC é elevar a qualidade do ensino no país, indicando com
clareza o que se espera que os estudantes aprendam na educação básica,
além de promover equidade nos sistemas de ensino.
Uma das mudanças
trazidas pela BNCC é a antecipação da alfabetização das crianças até o
2º ano do ensino fundamental. Atualmente, as diretrizes curriculares
determinam que o período da alfabetização deve ser organizado pelas
escolas até o 3º ano do ensino fundamental.
A mudança foi
defendida pelo ministro Mendonça Filho. “Quando você admite que uma
criança pode ser alfabetizada até o 3º ano do ensino fundamental, você
está impondo às crianças mais pobres uma defasagem logo no início de sua
vida educacional, porque as famílias de classe média garantem a
alfabetização no máximo até o segundo ano, na sua grande maioria no
primeiro ano”, disse.
Agência Brasil
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