Câmara Federal poderá acompanhar caso da morte de empresário em hospital psiquiátrico de João Pessoa

O
deputado federal Benjamin Maranhão (SD) usou a tribuna da Câmara
Federal, nesta terça-feira (12), para falar sobre o assassinato do
microempresário de Araruna Jonathan do Vale Ribeiro, de 24 anos, dentro
do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa. O parlamentar
solicitou ainda que o Conselho Regional de Medicina, a Comissão de
Direitos Humanos da Casa e também o Ministério Público acompanhe o caso,
bem como, para que o Governo do Estado investigue e puna os culpados.
“Quiseram
encobrir um crime, porque essa não foi uma morte natural, como alegou a
Direção do Hospital Psiquiátrico. Ele foi brutalizado, foi
estrangulado, sofreu violência tremenda, facilmente verificada pelo
número de hematomas, pelo afundamento de face e, principalmente, por uma
grande mancha no pescoço”, relatou. O deputado disse que após perceber
que não se tratava de uma morte natural, a família fez o boletim de
ocorrência, e só assim ele foi encaminhado à necropsia.
Jonathan
enfrentava um quadro de depressão que se agravou para um surto. Temendo
que ele acabasse com a sua vida ou de outras pessoas, a família o levou
para o Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira no último dia 5 de
dezembro. “O paciente foi entregue pela família, que tinha certeza de
que, por se tratar de um hospital público do Estado, daria a ele um
tratamento digno, mas cinco dias depois o corpo de Jonathan apareceu
inerte, jogado em uma enfermaria”, relatou.
Benjamin afirmou que
casos como esses revelam a omissão da classe política e do poder público
em relação à forma como são tratados os pacientes psiquiátricos no
Brasil. Ele destacou que os municípios pequenos não têm recursos e nem
estrutura para acolher ou tratar pacientes em surto e que não existem
leitos nos grandes centros. “Fica a pergunta: o que se faz com os
pacientes que possuem problemas e que são violentos? Louvável por um fim
nos manicômios, mas seria necessário estruturar toda uma rede, que
funciona lindamente no papel, mas na prática inexiste”, afirmou.
“O
que nós temos que analisar em relação a isso? A tragédia que aconteceu
com Jonathan é irreversível. A morte de um jovem trabalhador,
microempresário, que passava por uma depressão, mas que, tranquilamente,
com a medicação correta e a devida assistência, poderia ter resolvido
isso. Não há como voltar atrás. O sofrimento da família já está posto, e
o trauma para a sociedade local também. Mas nós precisamos rever toda a
política de saúde mental do País”, considerou.
MaisPB
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