Dono de barco que naufragou no Rio Xingu, no Pará, é indiciado; 23 pessoas morreram
(Foto: Divulgação/Secom) |
A promotora de Justiça de Porto de Moz, no sudoeste
do Pará, Juliana Felix, abriu inquérito civil para apurar as causas e
responsabilidades do naufrágio ocorrido na última terça-feira (22), com a
embarcação Capitão Ribeiro, no Rio Xingu. O acidente deixou 23 mortos.
Trinta passageiros sobreviveram.
Segundo ela, “existem indícios de negligência, imprudência e assunção
de risco” do piloto e do dono do barco, Alcimar Almeida da Silva, que
teriam contribuído para o acidente que resultou na morte de 23 pessoas.
O Ministério Público do Estado vai pedir cópias de todos os depoimentos prestados até agora por 20 sobreviventes e por Silva.
De acordo com o delegado Élcio de Deus, o dono da embarcação deve
responder judicialmente por ter colocado em risco a segurança da
navegação fluvial, por conduzir o barco sem a autorização de órgão
público e também por ter contribuído para a morte dos passageiros.
O delegado indiciou Silva no artigo 261 do Código Penal, pelo qual é
crime expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou
praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação
marítima, fluvial ou aérea. A pena é de dois a cinco anos de prisão.
Ele também avaliava, nesta segunda, incluir o barqueiro no artigo 261
combinado ao artigo 263, o que poderia aumentar a pena de Silva, com
implicações relativas ao homicídio culposo. A promotora Juliana Félix
poderá aceitar ou não o enquadramento, ampliá-lo, ou até mesmo propor
novas diligências.
A Capitania dos Portos e a Agência de Regulação e Controle de
Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) serão acionadas pelo MP para
que prestem informações sobre a embarcação. “Posteriormente nós vamos
começar a oitiva dos envolvidos tanto dos possíveis suspeitos como dos
sobreviventes do naufrágio”, destacou a promotora.
Notícias ao Minuto
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