Prefeito João Doria avança em tática por 2018 e faz Geraldo Alckmin reagir
Prefeito João Doria |
BRASÍLIA
- A movimentação em campo aberto do prefeito de São Paulo, João Doria
(PSDB), para “nacionalizar” seu nome com vistas à eleição presidencial
de 2018 provocou uma reação do grupo político do seu padrinho, o
governador Geraldo Alckmin, que vê suas articulações serem obstruídas
pelo afilhado.
Segundo aliados de Doria, que nega qualquer possibilidade de romper com
Alckmin ou mesmo enfrentá-lo em prévias, o prefeito aposta na
aproximação com partidos como PMDB, DEM e PRB como forma de pressionar o
PSDB de fora para dentro. O tucano recebeu a sinalização dessas três
legendas de que ele poderia concorrer por elas em 2018.
O prefeito, que teve agenda de candidato em Salvador nesta
segunda-feira, 7, ao lado de ACM Neto (DEM), prefeito da capital baiana,
vai intensificar ainda mais a rotina de viagens. Estão programadas nos
próximos meses visitas ao Tocantins, ao Espírito Santo, a Rondônia e à
Paraíba.
Correligionários e aliados de Doria dizem reservadamente que ele precisa
se movimentar para manter seu nome como opção caso Alckmin não
“decole”. O entorno de Doria reconhece que o prefeito, que está em seu
primeiro mandato eletivo, não tem força na máquina partidária do PSDB e
que boa parte da cúpula da sigla tem forte resistência ao seu nome.
Por isso, dizem, Doria constrói pontes com outros partidos, já que seu
estilo não combina com a lentidão tucana em tomar decisões. “O Doria tem
todo o direito de se movimentar nacionalmente. Acredito que é mais
democrático o PSDB ter mais de uma opção para 2018”, disse o deputado
estadual Fernando Capez, que está alinhado com o prefeito.
Lealdade. Aliados do governador, por sua vez, pressionam o prefeito a
manter a “lealdade” ao padrinho. “O Doria precisa pavimentar as ruas da
cidade, porque a pavimentação para a disputa presidencial está sendo
consolidada pelo governador”, disse o deputado estadual Cauê Macris,
presidente da Assembleia Legislativa. “Tenho segurança de que o partido
está fechado com o Geraldo”, afirmou.
Na mesma linha, o presidente do PSDB de São Paulo, Pedro Tobias,
minimizou os afagos feitos nesta segunda-feira a Doria pelo presidente
Michel Temer em um evento na capital, quando o peemedebista o chamou de
“parceiro e companheiro”. “O Geraldo é o candidato do PSDB. Não é o
Temer que vai decidir. O melhor mesmo é que o presidente apoie um nome
de outro partido. A gente ficaria agradecido”, disse o dirigente.
Apesar do nome de Doria estar ganhando força nacionalmente, ele encontra
forte resistência no grupo dos chamados “tucanos históricos”. “Doria
conta com o desgaste do Alckmin e da classe política para ser candidato.
Os dois estão cada vez mais separados”, disse o ex-governador Alberto
Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. “Ele não tem força na máquina
partidária nem credibilidade dentro do PSDB”, afirmou o tucano.
O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), é outro que
entrou em rota de colisão com o prefeito após Doria defender sua saída
definitiva do cargo.
Questionado sobre sua relação com o governador paulista, Doria foi
categórico: “Não mudou nada. Seguimos amigos e unidos”. Para não perder
terreno, Alckmin também programa uma agenda de viagens pelo País.
Msn.com
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