G20 isola Estados Unidos ao afirmar que Acordo de Paris é irreversível
No documento final da cúpula, a determinação de enfrentar conjuntamente questões como a pobreza, o terrorismo
| Chefes de Estado e de Governo que integram o G20 em foto oficial do encontro em Hamburgo, na Alemanha - (Foto: Beto Barata/PR) |
Reunidos em Hamburgo, na Alemanha, para discutir os
principais desafios econômicos globais, os representantes políticos das
20 maiores economias mundiais (G20) reafirmaram, no documento final da
cúpula, a determinação de enfrentar conjuntamente questões como a
pobreza, o terrorismo, o deslocamento forçado de populações, o
desemprego, a desigualdade de gênero e as mudanças climáticas.
Ao abordar a questão ambiental, no entanto, o comunicado final do
encontro deixou evidente a divergência entre os Estados Unidos e os
demais membros do G20, com críticas à saída dos norte-americanos do
Acordo de Paris, firmado em 2015 durante a 21ª Conferência das Partes
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) com compromissos
globais de enfrentamento às mudanças climáticas.
O acordo foi assinado a ocasião pelo ex-presidente Barack Obama, mas,
em junho, o atual mandatário, Donald Trump, decidiu retirar o apoio dos
Estados Unidos à iniciativa.
“Os líderes dos outros membros do G20 afirmam que o Acordo de Paris é
irreversível e reiteram a importância de que sejam cumpridos os termos
da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima”, diz o
documento, em nome dos demais 19 países do grupo. O texto também destaca
a importância das potências econômicas ajudarem financeiramente os
países mais pobres a implementarem ações que os ajudem a se desenvolver
economicamente preservando ao máximo o meio ambiente.
Segundo a agência de notícias alemã DPA, a menção de reconhecimento à
intenção dos Estados Unidos de, mesmo se retirando do Acordo de Paris,
ajudar outros países “na utilização de combustíveis fósseis mais limpos e
eficientes” gerou controvérsia e só foi incluída no documento final
para agradar a delegação norte-americana.
Terrorismo
Os líderes do G20 também divulgaram uma declaração conjunta
condenando os ataques terroristas e o financiamento destes “atos
abomináveis que reforçam nossa determinação de cooperar para melhorar
nossa segurança e para protegermos nossos cidadãos”. No texto, os países
defendem a eliminação dos “refúgios terroristas” de todos os países,
mas destacam a importância do respeito ao direito internacional,
incluindo os direitos humanos.
“Clamamos pela implementação dos compromissos internacionais
existentes em matéria de combate ao terrorismo e o cumprimento de
resoluções relevantes e sanções específicas do Conselho de Segurança da
ONU [Organização das Nações Unidas]. Comprometemo-nos a continuar a
apoiar os esforços da ONU para prevenir e combater o terrorismo e
trataremos da ameaça crescente associada aos combatentes terroristas
estrangeiros que retornam de zonas de conflito, como o Iraque e a Síria,
e continuaremos empenhados em impedir que esses combatentes estabeleçam
ponto de apoio em outros países e regiões ao redor do mundo”, apontam
os líderes do G20 na declaração.
Os países também se comprometem, segundo a declaração, a facilitar a
troca de informações entre os serviços de inteligência nacionais e a
fortalecer a cooperação internacional a fim de detectar a movimentação
de suspeitos de terrorismo, entre outras medidas de segurança.
Agência Brasil
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