Deputado Tiririca: Ex-empregada doméstica acusa o humorista de assédio sexual
A
ex-empregada doméstica do deputado Tiririca (PR-SP) Maria Lúcia
Gonçalves acusou o parlamentar na Justiça por assédio sexual. Ela alega
que foi alvo de assédio de Tiririca durante viagens que fez com a
família dele em 2016, primeiro para São Paulo e depois para o Ceará.
A
defesa de Tiririca, por outro lado, afirma que o deputado e a família
estão sendo vítimas de extorsão e que a empregada doméstica, após ter
sido demitida, em junho do ano passado, exigiu R$ 100 mil reais para não
prejudicar a reputação do parlamentar.
O
caso foi para o Supremo Tribunal Federal (STF) no final de junho de
2017, já que a Corte é responsável por investigar políticos com foro
privilegiado, como é o caso de Tiririca. No tribunal, o processo foi
distribuído, no último dia 28, para o ministro Celso de Mello.
O G1 entrou
em contato nesta terça-feira (4) com a assessoria de Tiririca, que
afirmou que enviaria por nota um posicionamento do deputado, mas ainda
não havia encaminhado o texto até a última atualização desta reportagem.
Na
10ª delegacia de polícia do Distrito Federal, que iniciou as apurações
do caso, Maria Lúcia afirmou que o primeiro episódio de assédio sexual
ocorreu em maio de 2016, quando ela viajou para São Paulo com Tiririca, a
mulher dele, Nana Magalhães, a filha do casal, de 8 anos, e assessores
do deputado. Na ocasião, Tiririca daria uma entrevista para o programa
do Jô.
Maria
Lúcia relatou que ficou no apartamento cuidando da filha do casal
durante a entrevista. Ela disse que, quando Tiririca e os demais
voltaram, o deputado exalava cheiro de álcool e a agarrou por trás.
Tiririca, segundo Maria Lúcia, começou a dizer que faria sexo com ela,
diante de todas as outras pessoas presentes, inclusive a menina de 8
anos.
A
empregada relatou à polícia que conseguiu se desvencilhar, mas o
deputado ficava correndo atrás dela. Maria Lúcia disse que pediu ajuda
dos adultos, que, segundo ela, riam da situação. Ela afirmou que apenas a
menina a defendeu, empurrando o pai e jogando-o no chão.
Ainda
de acordo com o relato de Maria Lúcia, os episódios de assédio
continuaram nos dias seguintes, quando ela acompanhou os patrões em uma
viagem para um sítio de Tiririca perto de Fortaleza. Ela disse que lá,
durante festas promovidas pelo casal, o deputado continuou dizendo que
queria fazer sexo com ela e que ela gostaria “se experimentasse”. A
empregada disse ainda que foi apalpada por Tiririca em algumas ocasiões
nesses dias.
Ela
também afirmou que o ex-patrão jogou no mar o celular dela que tinha
gravações de algumas frases que Tiririca havia lhe dito.
Maria
Lúcia foi demitida logo após a viagem para o Ceará. Na delegacia, Nana
Magalhães disse que a empregada consumia bebida alcóolica durante o
trabalho e por isso foi dispensada. A mulher de Tiririca disse ainda
que, após a demissão, Maria Lúcia começou a fazer ameaças de extorsão.
O
relato de Maria Lúcia foi feito também pelo advogado dela, José Orlando
de Amorim, à 21ª vara trabalhista de Brasília, onde ele abriu a ação de
assédio sexual contra Tiririca, em fevereiro de 2017.
Na
ação, o advogado afirmou que os “atos indecentes” de Tiririca, as
“apalpadelas”, “indubitavelmente configuram assédio sexual”.
Após isso, em março de 2017, Nana Magalhães procurou a 10ª DP para abrir ocorrência de extorsão.
Em
contestação enviada para a vara trabalhista em junho, o advogado de
Tiririca, Fernando de Carvalho Albuquerque, disse que Maria Lúcia “não
se adaptou à rotina da família e tentou utilizar o pouco tempo de
convivência para chantagear os reclamados (Tiririca e a mulher) pedindo a
quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para se manter em silêncio em
relação a vida intima do casal”.
G1
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