Donald Trump diz que 'paciência estratégica' com Coreia do Norte acabou
O presidente americano discutiu as crescentes ameaças nucleares de Pyongyang com o líder sul-coreano Moon Jae-in
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Presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Coreia do Sul, Moon Jae-in, falam a jornalistas, na Casa Branca, em Washington - 30/06/2017 - (Carlos Barria/Reuters) |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que a “paciência estratégica” com a Coreia do Norte acabou e destacou a necessidade de uma “resposta decidida” ao regime de Kim Jong-un. O republicano, que falou à imprensa nos jardins da Casa Branca, não esclareceu, no entanto, se aumentará as sanções contra Pyongyang.
“Estamos trabalhando junto com Coreia do Sul e Japão
em uma série de medidas diplomáticas, de segurança e econômicas para
proteger nossos aliados e cidadãos dessa ameaça chamada Coreia do
Norte”, disse Trump após se reunir com o presidente sul-coreano Moon Jae-in. “Os Estados Unidos chamam outros poderes regionais para se reunir a nós na implementação das sanções (já existentes) e para exigir que a Coreia do Norte escolha um caminho diferente – e faça isso rapidamente”, disse Trump.
O presidente americano insistiu que o “temerário e brutal
regime” norte-coreano e seus programas nucleares e balísticos “merecem
uma resposta decidida”. Esse regime “não tem consideração pela segurança
do seu povo e de seus moradores e não tem respeito pela vida humana”,
disse Trump, ao tachar de “aberração” a morte de Otto Warmbier,
o jovem americano que foi libertado neste mês em estado de coma após
quase um ano e meio detido na Coreia do Norte e que morreu seis dias
depois.
“A era de paciência estratégica com o regime norte-coreano fracassou, e francamente, essa paciência se esgotou”,
disse Trump. “O nosso objetivo é paz, estabilidade e prosperidade para a
região, mas os Estados Unidos sempre se defenderão”, alertou.
Moon, um líder progressista que chegou ao poder em maio
com uma vontade de aproximação com o Norte, também se mostrou firme com
Pyongyang, ao considerar que a “ameaça nuclear e balística” é “o maior
desafio” para Coreia do Sul e Estados Unidos. “As ameaças e provocações do Norte encontrarão uma resposta severa”
de Seul e Washington, advertiu. O presidente sul-coreano afirmou ainda
que tinha acordado com Trump converter esse tema em uma “alta
prioridade” e “coordenar de perto” suas respectivas respostas, mediante
uma combinação de “sanções e diálogo em uma estratégia com várias
fases”. “A Coreia do Norte não deveria em nenhum momento subestimar o
firme compromisso da Coreia do Sul e dos Estados Unidos com isto”,
sublinhou Moon, que também pediu a Pyongyang que “volte à mesa
negociadora para a desnuclearização da península coreana”, algo que
deveria ser feito “sem concessões”.
“Uma reunião muito boa”
O mandatário sul-coreano chegou ontem aos Estados Unidos para tratar com Trump das crescentes ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte
e sobre a possibilidade de negociar um novo acordo comercial que
substitua o que entrou em vigor em 2012. O acordo de comércio bilateral
foi criticado diversas vezes por Trump durante a sua campanha eleitoral,
mas, até agora, o presidente americano não tinha mencionado abertamente
a possibilidade de renegociar o tratado. A Casa Branca adiantou ontem
que Trump seria “franco” com Moon na hora de expressar sua preocupação
pelo déficit comercial dos Estados Unidos com a Coreia do Sul, que
chegou a quase 28 bilhões de dólares no ano passado.
Na noite da quinta-feira, depois de jantar com Moon, Trump
escreveu no Twitter: “Acabo de terminar uma reunião muito boa com o
presidente da Coreia do Sul. Falamos de muitos temas, entre eles a
Coreia do Norte e um novo acordo comercial!”.
Poucas horas antes, o Departamento do Tesouro americano anunciou sanções contra empresas e cidadãos chineses, em uma tentativa de pressionar Pequim
a agir de forma mais decisiva contra os frequentes testes com fins
militares dos norte-coreanos. Na semana passada, Trump afirmou que
avalia os esforços do governante chinês, Xi Jinping, para conter o regime da Coreia do Norte, mas acrescentou que, em sua opinião, eles “não funcionaram”.
Os Estados Unidos pressionam seus aliados para que implementem estritamente as sanções da ONU
contra a Coreia do Norte e que suspendam ou reduzam suas relações
diplomáticas com essa nação, a não ser que haja algum avanço em direção a
sua desnuclearização.
Veja com EFE
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