Sedução típica do nordestino: Lucy Alves aposta em olhar e lingerie para seduzir

‘O
vermelho tem sensualidade, é fogo, paixão, desejo… Se eu já sou forte,
com essa cor me sinto ainda mais segura, incrível”, avisa Lucy Alves em
ensaio inspirado nos versos de “Caçadora” (“Vermelho na roupa/ Pimenta
na boca/ Tô de rédea solta/ Montada, armada/ Tô pronta pra caçada”).
O
primeiro single de seu novo EP marca uma nova roupagem da artista, não
só no som, como na atitude. Do arrasta-pé ao pop, a paraibana se rendeu
ao reggaeton, ritmo latino e a sensação do momento, sem deixar de lado
suas raízes nordestinas. No clipe, a sanfona segue com seu devido
destaque. E Lucy surge em versão mais ousada, sexy.
— É um trabalho diferente, mas não deixei de vez o forró. Só acho
legal essa história de o artista poder se reinventar, brincar… Por isso
topei de cara embarcar e conhecer um pouco mais dessa nova onda. Estou
me divertindo, isso é o que importa. É o momento de mergulhar e se
conectar com a música que acontece no mundo, e eu estou me permitindo.
Minha raiz e minha identidade não podem se perder, mas a gente está
livre para testar o que quiser — pontua a cantora de 31 anos.
Segundo ela, a protagonista da canção é livre, dá asas aos seus
desejos. Tanto que no vídeo, dirigido por Felipe Sassi, há um beijo
entre duas mulheres. Lucy assina embaixo, toda forma de amor vale a
pena:
— Podia ser beijo entre homens, mulher e homem… Eu achei muito bacana
trazer essa liberdade num momento em que o mundo tem dado voz e vez
para todos. Adorei!
Mas a artista assume que esbarrou no machismo ao apostar na mudança.
— Algumas pessoas me questionaram: “Nossa, você está tão vulgar com
esse decote!”. Fiquei surpresa: “Vulgar? Por quê? Não posso usar
decote?”. E isso partiu até de algumas mulheres. Então vale questionar
esse machismo. Você pode se vestir do jeito que quiser, a sensualidade é
muito bonita, tem uma cor, um calor, tem essa diversidade. O mundo
perde quando você não se mostra do jeito que é — defende.
Sua autoestima elevada reflete a potência que é dentro e fora de
cena. E, modéstia à parte, admite que carrega no DNA a sedução típica do
nordestino:
— Gosto muito de mim, do meu corpo. Sempre fui determinada, cheia de
ideias. Tenho uma liderança natural, ao mesmo tempo em que sou quieta,
observadora, escuto mais do que falo. Sou durona e muito sensível.
Vaidade não é algo que a aprisiona, diz. Longe dos holofotes, prefere a cara lavada e o conforto de peças leves.
— Não gosto de usar maquiagem no dia a dia, acho melhor sair do jeito
que acordo. No palco, sim, escolho um bom figurino, joias, mas num grau
mínimo. Com relação ao corpo, tenho que me virar. Levo corda para pular
no hotel, cuido da alimentação. Deixei de consumir carne vermelha há
cinco anos. Meu maior problema é o doce (risos).
Como na letra da canção, Lucy tem um quê de caçadora. É confiante.
— Quando saio com meus amigos, vou para me divertir mesmo, e aí a
porção caçadora aparece nessa hora. Eu não espero pela outra pessoa. Se
estou a fim, o jogo é aberto, chego mesmo, sem problema — afirma a
cantora, que já levou fora, mas não se intimida: — O “não” a gente já
tem na vida. Se não arrisca… Já levei fora, sim, e saí de boa. Oxente, a
vida continua (risos). Quando eu quero, vou à luta, mas sem passar por
cima de ninguém.
Na hora de seduzir, ela aposta no olhar “verdadeiro, incisivo”:
— É a arma que eu utilizo. Gosto de uma boa lingerie também. Vale tudo.
Cortando o país com seus shows, Lucy está prestes a dar uma brecada
na agenda musical para voltar à TV. Eleita atriz revelação de 2016 no
Prêmio Extra de Televisão e no Melhores do Ano, do “Domingão do
Faustão”, a atriz fará Eunice, uma empregada doméstica que sofrerá
preconceito por viver um romance com o médico Reinaldo (Cássio Gabus
Mendes), em “Tempo de amar”. A próxima trama das seis da Globo é
ambientada na década de 20 e está prevista para estrear em setembro:
— Como toda atriz, eu quero personagens que me arranquem do lugar
comum, que me afastem de mim, que me desafiem, me tirem do eixo, sabe?
Em “Velho Chico”, eu percebi o quanto é difícil essa profissão, por isso
mergulhei de cabeça. Fiquei muito solitária, mas descobri que é um
ofício muito lindo.
Extra
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