HOMEM QUE TENTOU INCENDIAR JUÍZA EM SÃO PAULO É CONDENADA A 20 ANOS DE PRISÃO
Em júri popular, Alfredo José dos Santos foi sentenciado por tentativa de assassinato qualificada e cárcere privado
O júri popular condenou na noite desta terça-feira (4/7) Alfredo José
dos Santos pela acusação de tentativa de assassinato qualificada e
cárcere privado da juíza Tatiane Moreira Lima. Ele deverá cumprir 20
anos de prisão pelos crimes. Em 30 de março de 2016, Santos invadiu o
Fórum Regional do Butantã, na zona oeste de São Paulo, e ameaçou
incendiar a magistrada. Ele também atirou um coquetel molotov em um
segurança para chegar à sala de audiências — o réu foi absolvido de
tentar matar este funcionário.
O julgamento terminou após embates entre acusação e defesa.
Prevaleceu a versão da promotoria de que Santos tentou matar a juíza. Os
advogados do réu sustentavam que em nenhum momento ele tentou
assassinar a magistrada, querendo apenas chamar atenção da mídia para um
processo em que alegava inocência.
Tatiane
era a juíza responsável pelo julgamento de um processo em que Santos
era acusado de agredir a ex-mulher com quem disputava a guarda de um
filho de 5 anos. Em 30 de março de 2016, ela permaneceu refém por cerca
de 20 minutos até policiais militares conseguirem render o homem de 37
anos e prendê-lo.
Por cinco horas, acusação e defesa debateram as provas do processo.
Para
Para o promotor Rogério Leão Zagallo, era clara a intenção de Santos em matar a juíza. “Ele quis, sim, matar. Assumiu o risco e chegou a tentar acionar o isqueiro, que não funcionou”, acusou.
Para o promotor Rogério Leão Zagallo, era clara a intenção de Santos em matar a juíza. “Ele quis, sim, matar. Assumiu o risco e chegou a tentar acionar o isqueiro, que não funcionou”, acusou.
Já a defesa, que pedia a condenação só pelo crime de
cárcere, tentava a absolvição dos crimes de tentativa de homicídio. “Ele
tem de ser responsabilizado na medida da sua culpa. Ele entendeu que
não tinha alternativa senão chamar atenção para uma injustiça que
acreditava estar sofrendo. Foi uma atitude grave, sem dúvida, mas ele
não tentou matar”, defendeu o advogado Damilton Lima de Oliveira Filho.
Santos acompanhou todo o julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda,
na zona oeste, escoltado por dois policiais militares. Com uniforme
marrom da Penitenciária 2 de Tremembé e chinelos brancos, ele voltou a
chorar nesta terça durante seu interrogatório. Ele já havia chorado na
segunda ao ouvir o depoimento da atual mulher. O homem agora deverá
continuar preso no interior paulista.
O juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri da Capital, leu a
sentença por cerca de 15 minutos em frente ao réu. Ele estipulou a pena
em 16 anos e 8 meses pela tentativa de homicídio e 3 anos e 4 meses pelo
cárcere. “Apesar das lesões leves, bastaria acender o isqueiro ou
produzir qualquer faísca eis que a vítima estava envolta em substância
inflamável”, disse.
Ele
escreveu ainda que o acusado “manteve uma postura de verdadeira vítima
das circunstâncias, demonstrando personalidade intensamente
dissimulada”. A defesa informou que recorrerá contra as condenações.
Já a promotor Zagallo disse que avaliará recorrer contra a absolvição
de uma das tentativas de assassinato, enquanto comemorou as outras
condenações. “A pena foi expressiva e proporcional à ousadia, ao que ele
fez, à periculosidade”, avaliou. A Justiça negou a possibilidade de o
réu recorrer em liberdade.
Agência Estado
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