Ministério público vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal sobre decisão do TSE
Publicado por: Ivyna Souto
O
vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, deve recorrer da decisão
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que absolveu das acusações de
abuso de poder político e econômico, por quatro votos a três, na última
sexta-feira, a chapa presidencial Dilma-Temer. Ele tem um prazo de 15
dias, a partir da publicação do acórdão, para apresentar as
justificativas para o recurso. Juristas ouvidos pelo Diários Associados,
inclusive das partes, no entanto, veem pouca margem de manobra para
mudanças no resultado.
O resultado do julgamento do TSE foi bastante criticado, sobretudo
nas redes sociais, especialmente após a decisão da maioria dos sete
ministros de excluir da análise as delações e os depoimentos prestados
pelos ex-executivos da Odebrecht e pelo casal de marqueteiros João
Santana e Mônica Moura. O ponto nevrálgico do recurso é encontrar, no
entanto, um argumento constitucional para justificar a anulação da
decisão do TSE.
Um dos pontos que poderiam abrir brecha para mudanças foi a
participação do ministro Admar Gonzaga, que foi advogado da chapa
presidencial de 2010, no julgamento. Nicolao Dino chegou a levantar esse
ponto, mas o fez apenas momentos antes do início da votação do
relatório do ministro Herman Benjamin. Teve sua tese derrubada e foi
rispidamente repreendido pelo presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes.
Em público e na sala onde os magistrados ficam, durante o intervalo das
sessões. Caso o recurso seja realmente apresentado, ele será sorteado
entre os ministros do STF para que seja elaborado um parecer.
Em outra polêmica envolvendo Judiciário e Executivo, Gilmar Mendes
divulgou ontem uma nota criticando a possibilidade de a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) ter investigado o ministro Edson
Fachin, do Supremo. “A tentativa de intimidação de qualquer membro do
Judiciário, seja por parte de órgãos do governo, seja por parte do
Ministério Público ou da Polícia Federal, é lamentável e deve ser
veementemente combatida”, disse o ministro.
O
ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general
Sergio Etchegoyen, negou que a Abin tenha monitorado o substituto de
Teori Zavascki na relatoria da Lava-Jato.
Fonte: Estado de Minas
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