Presidente Michel Temer decide processar o empresário Joesley Batista
Temer anunciou que irá processar o empresário Joesley Batista, que o chamou de chefe da "maior e mais perigosa quadrilha" do Brasil

Em nota divulgada neste sábado, Michel Temer anunciou que irá processar
o empresário Joesley Batista, que o chamou de chefe da "maior e mais
perigosa quadrilha" do Brasil.
"Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele.
Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação
financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência
da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e
responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que
praticou, antes e após a delação", diz Temer;.
Na nota, no entanto, ele não explica porque Rodrigo Rocha Loures, seu
ex-assessor especial, recebeu uma mala com R$ 500 mil em propinas,
depois de ser indicado para ser o interlocutor de Temer com a JBS.
Abaixo, a nota de Temer:
"Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro financiamento no BNDES. Dois
anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4 bilhões. Em 2016, o
faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183 bilhões.
Relação construída com governos do passado, muito antes que o presidente
Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de
"sucesso" é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor
Joesley Batista. Os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os
verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente
comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes
tentáculos da organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em
segundo plano, estrategicamente protegidos.
Ao bater às portas do Palácio do Jaburu depois de 10 meses do governo
Michel Temer, o senhor Joesley Batista disse que não se encontrava havia
mais de 10 meses com o presidente. Reclamou do Ministério da Fazenda,
do Cade, da Receita Federal, da Comissão de Valores Mobiliários, do
Banco Central e do BNDES. Tinha, segundo seu próprio relato, as portas
fechadas na administração federal para seus intentos. Qualquer pessoa
pode ouvir a gravação da conversa na internet para comprová-lo.
Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o banco impediu, em outubro
de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo para a Irlanda, um
excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte brasileiro.
Por causa dessa decisão, a família Batista teve substanciais perdas
acionárias na Bolsa de Valores e continuava ao alcance das autoridades
brasileiras. Havia milhões de razões para terem ódio do presidente e de
seu governo.
Este fim de semana, em entrevista à revista "Época", esse senhor desfia mentiras em série.
A maior prova das inverdades desse é a própria gravação que ele
apresentou como documento para conseguir o perdão da Justiça e do
Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2000 mil anos
de detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a
ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal
comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se
registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era
Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e pede
seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois.
Ao delatar o presidente, em gravação que confessa alguns de seus
pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus crimes. Em seguida,
cometeu ilegalidades em série no mercado de câmbio brasileiro comprando
US$ 1 bilhão e jogando contra o real, moeda que financiou seu
enriquecimento. Vendeu ações em alta, dando prejuízo aos acionistas que
acreditaram nas suas empresas. Proporcionou ao país um prejuízo estimado
em quase R$ 300 bilhões logo após vazar o conteúdo de sua delação para
obter ganhos milionários com suas especulações.
Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido
notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer
com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no
exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e
preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha
prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou
bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia
do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que
renegociar os impostos com a Receita Federal, em situação legítima e
legal, não conseguirá metade desse prazo e pagará juros muito maiores.
O presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse senhor. Na
segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele. Suas
mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira
pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da
República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e
responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que
praticou, antes e após a delação.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República"
Brasil 247
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