A barca furada de Michel Temer, Aécio Neves e Lula contra a Operação Lava-Jato
Com seus líderes na mira, PMDB, PSDB e PT selam um pacto de sobrevivência. O sonho impossível: frear a mais bem-sucedida operação de combate à corrupção

(Ilustração Anderson Marçal e Douglas Bressar/VEJA)
A Operação Lava-Jato descobriu que a Petrobras era hospedeira de um monumental esquema de corrupção montado no governo do ex-presidente Lula.
O dinheiro roubado financiou campanhas eleitorais, abasteceu contas
secretas no exterior e bancou pequenos e grandes luxos de mais de uma
centena de políticos. O avanço das investigações mostrou que a simbiose
entre política e corrupção não se limitava à estatal, envolvia outros
grandes grupos empresariais e atraiu praticamente todos os partidos. As
entranhas do poder enlameado estão sendo espetacularmente expostas —
numa sucessão de assustadoras novidades. Com seus líderes na mira, PMDB,
PT e PSDB selaram um pacto surdo de sobrevivência. O PMDB quer levar o
presidente Michel Temer ao fim de seu mandato e frear
as investigações. O PSDB sonha em voltar ao poder no ano que vem e, de
quebra, salvar o mandato de Aécio Neves. O PT,
praticamente dizimado, pretende salvar Lula da cadeia e, por meio dele,
reerguer o partido. As três grandes forças políticas do Brasil estão,
portanto, numa mesma canoa furada. Têm um sonho impossível: impedir que a
Lava-Jato se consolide como a mais bem-sucedida operação de combate à
corrupção da história do país.
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