Delações da Odebrecht citam irregularidades em grandes obras de pelo menos 11 estados
Em
depoimentos, ex-diretores da empreiteira falam de pagamentos de propina,
fraudes em licitação, formação de cartel e superfaturamento
| Em nota, a Odebrecht informou ser de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos - (Foto: Reprodução/AFP) |
Os delatores da Odebrecht contaram ao Ministério
Público Federal detalhes de um esquema que movimentou bilhões em
propinas em grandes obras pelo país. Os depoimentos foram divulgados em
abril; veja as íntegras. Segundo levantamento, as irregularidades
atingem projetos importantes no Distrito Federal e em pelo menos outros
11 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraná,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.
Ex-executivos da empreiteira revelaram pagamentos de propina a
políticos e funcionários públicos, formação de cartéis para conseguir
obras, fraudes em licitações, como a combinação de preços, e
superfaturamento. Um dos instrumentos mais usados para elevar o valor
das obras era a criação de aditivos no contrato, que faziam seu valor
original multiplicar.
Encaminhados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), os casos agora serão investigados pelo Ministério Público Federal
dos respectivos estados.
Mesmo tendo consumido muito dinheiro dos cofres públicos, algumas
obras ainda estão inacabadas. É o caso da usina nuclear Angra 3, no Rio
de Janeiro, e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
Em nota, a Odebrecht informou ser de responsabilidade da Justiça a
avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e
ex-executivos. "A empresa colaborou com a Justiça, reconheceu os seus
erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as
autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos
Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção
em quaisquer de suas formas", diz nota da empresa.
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