'Se fosse para pensar em 2018, solução seria sair do governo', diz Geraldo Alckmin
A decisão do PSDB de permanecer na base do presidente Michel Temer passa pela costura de uma aliança com o PMDB para 2018?
A decisão do partido de continuar até o final das reformas apoiando o
governo e suas medidas, acompanhando a cada semana o desenrolar dos
fatos, não tem nada a ver com 2018.
Uma aliança com o PMDB não seria bem-vinda ou não está sendo cogitada agora?
Não é que não seria bem-vinda, é que não é esse o foco. Não é pensando
em 2018 que o PSDB tomou a posição de continuar. Fez isso porque
entendeu que, neste momento, sair do governo prejudicaria ainda mais o
Brasil, que está começando a se recuperar, com indicadores positivos do
PIB e do emprego e com a reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos
Deputados. Então, neste momento seria muito prejudicial ao Brasil e nós
temos de proteger o Brasil.
Não tem nenhum interesse partidário de aliança então?
Até o contrário disso. Se fosse para pensar em eleição, esse é o
argumento de muita gente (referindo-se aos cabeças pretas) para sair,
porque a popularidade está muito ruim. Mas temos de agir com espírito
público e ele nos orienta a esperar para terminar a reforma trabalhista,
concluí-la até a sanção presidencial. A reforma previdenciária é mais
difícil porque é emenda constitucional, mas vamos ajudá-la porque é
importante para o País, e a reforma política, que tem de ser feita até
setembro, um ano antes da eleição do ano que vem.
Esse é um novo prazo de permanência no governo? O fim de todas as reformas?
Não é que é um novo prazo. Nós temos de permanentemente estar
acompanhando o desenrolar dos fatos e nosso compromisso é com a retomada
do crescimento e do emprego e renda. Para isso, há necessidade de se
fazer reformas. Precisamos valorizar a reforma trabalhista, que é
histórica. Com ela vamos sair de um modelo autárquico, de cima para
baixo, para um modelo moderno, de relações contratuais. Ela vai aumentar
o emprego no Brasil e diminuir a informalidade. É importantíssima para
estimular o emprego.
Ao menos um fato novo pode surgir já na semana que vem, caso o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente realmente uma
denúncia contra o presidente Temer. Neste caso, qual deve ser a postura
do PSDB na Câmara? O partido vai rachado para a votação no plenário?
Vamos aguardar, não vamos nos precipitar. Não houve nem sequer a
denúncia ainda. O importante é destacar que a decisão do partido (em
continuar apoiando o governo) foi tomada pensando no interesse político.
Se fosse para pensar em 2018, aí sim a solução seria sair
imediatamente. O que eu acho que temos de fazer agora, em primeiro
lugar, é uma nova convenção e uma nova executiva. E já quero antecipar
que o Tasso (Jereissati, presidente interino do PSDB) é meu candidato.
Mas pode-se fazer isso sem uma renúncia do Aécio?
O estatuto do PSDB permite uma eleição e uma reeleição. Já tinha
acontecido isso. O que houve foi uma prorrogação do mandato e pode-se
interromper essa prorrogação.
Msn.com
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