Ministro irá aos Estados Unidos tentar reverter veto à carne bovina brasileira
Blairo Maggi afirmou que entre 10 e 15 toneladas de carne que estão a caminho dos EUA deverão retornar ao Brasil

O ministro Blairo Maggi (PP) disse nesta sexta-feira (23), em Cuiabá,
que outros países também podem decidir suspender a compra da carne
bovina fresca brasileira, após os Estados Unidos terem anunciado a
medida, que é temporária. O Brasil havia conseguido autorização para
exportar esse produtos aos americanos em julho do ano passado, depois de
17 anos de negociações. Segundo Maggi, a decisão dos EUA se baseia em
questões relacionadas ao preparo e limpeza da carne, mas também pode ter
sido provocada por pressão dos produtores daquele país.
O ministro falou que pretende antecipar para semana que vem uma reunião
com o Departamento de Agricultura americano que estava marcada para o
dia 13 de julho, a fim de tentar resolver o impasse e minimizar os
prejuízos financeiros.
Segundo o Ministério da Agricultura, ainda não há definição sobre a antecipação da viagem.
"Os Estados Unidos são guias para muitos países, especialmente os
pequenos da América Central. O Brasil pode perder muito se essa situação
não conseguir ser resolvida rapidamente", disse Maggi.
Segundo Maggi, a decisão dos EUA se baseia no aparecimento de abcessos
na carne, que são formações inflamatórias. "Isso é proveniente da
vacinação contra a febre aftosa no Brasil, cuja aplicação pode provocar
isso se não for feita no local correto. O problema vai ser resolvido nos
frigoríficos, com a limpeza das carnes antes da exportação".
O ministro afirmou ainda que a suspensão da exportação pode ter sido
provocada por pressão dos produtores dos Estados Unidos, a fim de não
perderem mercado, e como reflexos da operação Carne Fraca, da Polícia
Federal, e da presença da JBS em solo americano.
"Estamos sendo penalizados pela desconfiança gerada no Brasil. Se não
há confiança aqui, imagine para os importadores?", questionou.
Atualmente há uma carga estimada entre 10 e 15 mil toneladas de carne
em trânsito para os Estados Unidos, por meio de navios, que poderá ser
barrada. Isso provocaria prejuízo estimado de US$ 90 milhões. "Se não
resolvermos a situação, essa carne deverá voltar", disse o ministro.
Maggi disse que foi pego de surpresa pelo decisão do governo americano,
já que o Brasil havia vetado a venda da carne in natura em cinco
frigoríficos que estavam apresentando problemas, mas ponderou que esse
tipo de suspensão temporária é pontual e "normal" dentro do sistema de
comércio internacional de alimentos, "especialmente de origem animal".
Providências
O Ministério da Agricultura deverá apurar se o aparecimento dos
abcessos ocorre pela má utilização da vacina contra a febre aftosa e ou
se foi provocado pelo veículo usado para levar a vacina ao animal. A
pasta estava trabalhando, havia cerca de um mês, em como deve ser feita a
fiscalização por parte dos responsáveis e como deve ser enviada a carne
para exportação.
"Estamos estudando instrução normativa para a hora do abate e do
preparo da carcaça na hora de mandar aos Estados Unidos", disse Maggi.
G1/MT
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