Ministério Público pede retratação do SBT por comentário de Rachel Sheherazade
Jornalista defendeu um grupo de pessoas que linchou um adolescente de 15 anos, suspeito de roubo, no Rio de Janeiro
Rachel Sheherazade - (Reprodução/Instagram) |
O Ministério Público Federal fez uma apelação judicial nesta semana para que o SBT se retrate publicamente por um comentário feito por Rachel Sheherazade no SBT Brasil,
em 2014. Na ocasião, a jornalista defende um grupo de pessoas que
linchou um adolescente de 15 anos, suspeito de roubo, no Rio de Janeiro.
Em setembro de 2014, o Ministério Público Federal, por meio
da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), registrou uma
ação pública sobre o comentário. Porém a sentença foi julgada
improcedente pelo Tribunal Regional Federal, que justificou o “direito à
liberdade de expressão”. Agora, o procurador regional da República
Walter Claudius Rothenburg fez uma apelação para que o SBT faça uma
retratação, alegando que a rede abusou desse direito.
A PRDC quer que a emissora veicule um quadro com a
retratação dos comentários de Rachel, em que deverá esclarecer que a
incitação a violência é crime ainda mais grave que os crimes de furto
que o menor supostamente cometeu. A ação impõe multa de 500.000 reais
por cada dia de descumprimento e, além disso, pede que o SBT pague
532.000 reais de indenização por danos morais coletivo, calculado com
base no valor dos anúncios veiculados pela emissora.
A assessoria de imprensa do SBT disse que, em 2016, ganhou a
causa em primeira instância e, agora, “aguarda o julgamento do recurso
do Ministério Público. O recurso está no gabinete da desembargadora
federal Mônica Nobre”.
Relembre o caso
Rachel Sheherazade causou controvérsia ao dizer, no SBT Brasil:
“O Estado é omisso, a polícia desmoralizada e a Justiça é falha. O que
resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é
claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa
coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem
limite. E, aos defensores dos Direitos Humanos que se apiedaram do
marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao
Brasil, adote um bandido”.
Veja com Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário