MPF diz que barragens da Transposição na Paraíba apresentam riscos de rompimento
Nota do Ministério Público Federal foi publicada ontem

O Ministério Público Federal (MPF) emitiu nota, nessa quarta-feira
(14), sobre o rompimento de um trecho do canal da Transposição, entre
Sertânia e Custódia (PE), ocorrido no último sábado, 10, e afirmou que
todas as barragens da transposição na Paraíba estão indicadas pela
Agência Nacional de Águas (ANA) como de risco.
Confira a nota:
No dia 10 de junho, sábado, o Ministério Público Federal (MPF) teve
ciência do rompimento de um trecho do canal do Eixo Leste do Projeto São
Francisco, ocorrido durante a madrugada, em local próximo ao
reservatório Copiti, entre Sertânia e Custódia (PE). O trecho é
executado pela empresa OAS. Além de dar ciência do fato a autoridades
federais responsáveis, o MPF passou a acompanhar as providências para a
correção do problema e, na terça-feira (13), esteve presente em reunião
no Ministério da Integração, em Brasília.
Durante a reunião, a procuradora da República Polireda Medeiros,
integrante do Grupo de Trabalho Revitalização do Rio São Francisco, da
Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF, apresentou ao
Ministério da Integração Nacional preocupações relativas à segurança das
barragens do canal da transposição e a uma licença de pré-operação
concedida pelo Ibama, cuja legalidade o MPF examina. No estado da
Paraíba, por exemplo, todas as barragens da transposição estão indicadas
pela Agência Nacional de Águas (ANA) como de risco, mas nenhuma delas
conta com plano de ação de emergência.
A procuradora Informou ainda sobre a existência da tramitação de
diversos inquéritos civis públicos que examinam denúncias de
superfaturamento, fiscalização deficiente, erros de projeto e execução
e, agora, a causa deste recente acidente. Nesta manhã, o sistema foi
normalizado. O rompimento não gerou vítimas, apenas danos ao bem
público, a uma estrada vicinal e a propriedades particulares próximas ao
local, em sua maior parte com avarias em cercas.
Ao fim da reunião, restou acordado que: a) o Ministério da Integração
Nacional dará acesso integral ao Ministério Público Federal na Paraíba
aos projetos de integração do São Francisco; b) que em até três meses o
plano de segurança de barragens e o plano de ações emergenciais dos
reservatórios serão encaminhados à ANA; c) que o Ministério da
Integração manterá em prontidão equipes de monitoramento dos trechos em
construção e já construídos e d) que as 12 barragens do Eixo I serão
diagnosticadas por consultor independente, do mesmo modo que outros
equipamentos do sistema, escolhidos por meio de amostragem.
O MPF continua acompanhando todos os desdobramentos do incidente, bem
como a própria execução do projeto de transposição do Rio São Francisco,
por meio dos procuradores da República com atribuições relativas às
matérias tratadas pelas Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério
Público Federal que atuam na defesa do meio ambiente e do patrimônio
cultural e no combate à corrupção.
WSCOM
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