Morre nelore produtor de 100 mil doses de sêmen por ano; Quanupur morreu no último dia 14 de março
A pecuária brasileira perde um touro que representou uma verdadeira
mudança de paradigma na nelore, raça que alçou o País ao posto de maior
exportador mundial de carne bovina. Morreu Quanupur da 2L, pertencente
aos criadores Adir do Carmo Leonel e seu filho Paulo Leonel, presidente e
diretor do Grupo Adir, cujas fazendas estão localizadas em Ribeirão
Preto (SP) e Nova Crixás (GO). Ele foi o primeiro touro Nelore a superar
a marca de 5% em marmoreio (índice que mede a gordura entremeada e que
dá sabor à carne), resultado acima da média até mesmo de alguns
europeus, comprovando que o zebu selecionado com competência também
produz carne marmorizada, ou seja, muito saborosa e macia. Com escore
5,02%, o touro do Grupo Adir apresentou mais que o dobro do valor médio
registrado na raça Nelore e deixou para trás nada menos que outros
500.000 animais avaliados, segundo informa Adir e Paulo.
“Este trabalho revelou uma quebra de paradigma na pecuária brasileira,
pois mostrou que o nelore também pode produzir carne de qualidade”,
avalia a doutora Liliane Suguisawa, diretora técnica da DGT Brasil,
empresa responsável pelas avaliações de carcaça do Grupo Adir. Quanupur
da 2L também apresentou excelente rendimento de carcaça.
“Quanupur era dono de uma musculatura convexa, garupa comprida, linha
dorsal desejável e costelas profundas. Era precoce e portava muita
carne. Encontrar um indivíduo equilibrado assim é difícil”, informa
Rodrigo Frigoni, gerente comercial da Central Bela Vista, de Botucatu
(SP), onde o touro estava em coleta.
Quanupur é filho de Jallad, touro mais erado do Grupo Adir em vaca
Godavapi da 2L. De acordo com Rodrigo Frigoni, em dois ou três anos o
jovem raçador coletaria e comercializaria 100.000 doses de sêmen por
ano. Era a previsão.
A produção do touro estava na casa das 600 doses por ejaculação, também
o dobro da média obtida na Central Bela Vista, conforme o gerente da
empresa. “Quanupur teria um futuro brilhante e já tinha um contrato
aberto para venda de suas primeiras 10 mil doses”, lamenta Frigoni.
O reprodutor foi vítima de uma enterotoxemia, doença que integra o
grupo das clostridioses, mesmo sendo vacinado na Estância 2L e recebendo
reforço semestral na Central Bela Vista. O clostridium, agente causador
da enfermidade, está presente no ambiente e no próprio trato digestivo
dos bovinos.
Quanupur morreu no dia 14 de março último.
ABAIXO, A NOTICIA DO DESEMPENHO DE QUANUPUR PUBLICADA NO MEU BLOG EM NOVEMBRO DE 2015.
Exclusivo: touro nelore apresenta grau de 5% de marmoreio
Pela primeira vez o nelore consegue esse desempenho. Animal pertence a
Adir do Carmo Leonel e seu filho Paulo. A análise foi feita pela
renomada doutora Liliane Suguisawa
Paulo Leonel, filho do Adir do Carmo Leonel, ícone do nelore, acaba
de me comunicar que o touro nelore Quanupur, do seu criatório,
apresentou um nível de marmoreio de 5%. A avaliação foi comandada pela
doutora Liliane Suguisawa, do Laboratório DGT Brasil, de Presidente
Prudente, interior de São Paulo. Paulo e Adir são de Ribeirão Preto
(SP).
Esse é um grau de marmoreio muito alto, “impensável” para o nelore.
É difícil até a raça alcançar 2% de marmoreio, informa Paulo. Ele
inclusive brincou que “é marmoreio de wagyu”, raça japonesa que tem a
carne mais saborosa do mundo, segundo estudiosos.
Com a palavra, a doutora Liliane: “Esses resultados representam uma
quebra de paradigma, agregando características que a raça nelore não
tem e colocando nossa carne em outro patamar. Um grande diferencial para
a qualidade da carne brasileira.”
Globo Rural
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