Atentado com bomba na entrada de Aleppo, na Síria, mata dezenas de pessoas
Explosão aconteceu perto de um comboio de ônibus que levava refugiados à cidade síria
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Ao menos 43 pessoas morreram no ataque deste sábado - (Foto: Reprodução/Twitter) |
Ao menos 43 pessoas morreram neste sábado quando um
suicida detonou um carro-bomba perto da cidade síria de Aleppo contra
ônibus que transportavam civis e combatentes evacuados no dia anterior
das localidades pró-regime, de acordo com um novo balanço do
Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Anteriormente, o observatório havia informado que o número de mortos era 16, mas o dado foi atualizado menos de uma hora depois.
"O suicida estava dirigindo uma caminhonete que transportava ajuda
alimentar e detonou o veículo perto dos 75 ônibus" estacionados em Al
Rashidin, região rebelde a oeste da metrópole, de acordo com OSDH.
Pouco antes do meio-dia, a TV Síria chegou a afirmar que já se somavam 39 mortes, mas ainda não há confirmação oficial.
Cerca de 5 mil pessoas evacuadas na sexta-feira das cidades de Fua e
Kafraya, duas localidades favoráveis ao regime e sitiadas pelos
rebeldes, estavam a bordo dos ônibus visados. A evacuação se deu em
virtude de um acordo que permitiu a evacuação simultânea de duas cidades
rebeldes sitiadas pelo regime.
O correspondente da agência de notícias AFP no local viu muitos
cadáveres, alguns carbonizados, incluindo de crianças, e membros
espalhados pelo chão, perto dos ônibus destruídos pela explosão. Ele
também relatou um grande número de feridos e pessoas em pânico na área
onde os ônibus estão estacionados.
Antes do ataque, as milhares de pessoas evacuadas das quatro cidades
sitiadas permaneciam bloqueadas desde sexta-feira em razão de
divergências entre as partes em conflito, impedindo-os de prosseguir
viagem.
Estas evacuações, as últimas de uma longa série desde o início da
guerra na Síria, há cerca de seis anos, foi possível graças a um acordo
entre todas as partes que foi patrocinado pelo Catar, que apoia os
rebeldes, e o Irã, aliado do regime. Os habitantes de Fua e Kafraya
deveriam se dirigir, passando por Rashidin, a Aleppo, Damasco ou Latakia
(oeste), redutos do regime.
Simultaneamente, e também através de Aleppo, os evacuados de Madaya e
Zabadani deveriam seguir para a província rebelde de Idlib (noroeste).
Mas em razão de divergências, os evacuados de Fua e Kafraya se viram
bloqueados em Rashidin, enquanto os de Madaya e Zabadani ainda estavam
esperando em Ramussa, localidade pró-regime a oeste de Aleppo.
Um líder rebelde havia dito à AFP que as diferenças estavam
relacionadas ao número de combatentes armados evacuados. No total, mais
de 30 mil pessoas deveriam ser evacuadas em duas etapas sob os termos do
acordo alcançado em março.
Vários redutos rebeldes foram tomados no ano passado pelo regime, com
o apoio de sua aliada Rússia que interveio militarmente na Síria em
setembro de 2015.
O Globo
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