Empreiteira Odebrecht tinha R$ 700 mil em cofre para reformar ‘sítio de Lula’
Diretor diz que dava semanalmente R$ 100 mil a responsável pela obra e que dinheiro veio do ‘departamento de propina’; ex-presidente nega ser dono do imóvel
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| Policiais federais fazem buscas no sítio em Atibaia que era frequentado pelo ex-presidente Lula - (Avener Prado/Folhapress) |
O diretor de Engenharia da Odebrecht Emyr Diniz Costa Junior trouxe novos detalhes de como a empreiteira atuou na reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo, cujo real proprietário seria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato
— o que é veementemente negado pelo petista. As obras teriam sido
executadas entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, quando Lula deixou a
Presidência no fim do segundo mandato.
Um dos 78 delatores da Odebrecht, Costa relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que até comprou um cofre para guardar os 700.000 reais em espécie usados para bancar a reforma – o orçamento inicial era de 500.000 reais, mas depois foram requisitados mais 200.000 reais para cobrir gastos extras. “Nunca tinha manejado uma obra com somas dessa natureza. Então, eu comprei um cofre desses que você compra nesses caminhões. Coloquei dentro do armário da minha sala”. Ele contou que as cifras vieram do setor de Operações Estruturadas, o célebre departamento de propinas da Odebrecht. Um malote com o dinheiro foi entregue em seu escritório após ele dar ao emissário uma senha, da qual disse não se recordar mais.
Um dos 78 delatores da Odebrecht, Costa relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que até comprou um cofre para guardar os 700.000 reais em espécie usados para bancar a reforma – o orçamento inicial era de 500.000 reais, mas depois foram requisitados mais 200.000 reais para cobrir gastos extras. “Nunca tinha manejado uma obra com somas dessa natureza. Então, eu comprei um cofre desses que você compra nesses caminhões. Coloquei dentro do armário da minha sala”. Ele contou que as cifras vieram do setor de Operações Estruturadas, o célebre departamento de propinas da Odebrecht. Um malote com o dinheiro foi entregue em seu escritório após ele dar ao emissário uma senha, da qual disse não se recordar mais.
Costa afirmou que, semanalmente, separava 100.000 reais em
envelopes para entregar ao engenheiro da Odebrecht Frederico Marcos de
Almeida, responsável pelas obras do sítio, que, por sua vez, repassava
os valores a uma pessoa identificada como Aurélio. Posteriormente, ele
descobriu se tratar de Rogério Aurelio Pimentel, ex-assessor especial de
Lula.
Os recursos, segundo ele, foram utilizados para custear a
construção de um alojamento para os seguranças de Lula, uma edícula de
quatro suítes, uma sauna, uma adega e o conserto de um vazamento na
piscina. “O senhor Aurélio até pediu para fazer mais coisas, como um
pomar, quadra de tênis, mas não foi possível pelo prazo e pelo período
chuvoso”, explicou o delator.
Contrato falso
Em maio de 2011, após as obras serem concluídas, o diretor
foi chamado a uma reunião presencial com o advogado de Lula Roberto
Teixeira em seu escritório em São Paulo. Na ocasião, segundo contou,
disse ter sido orientado a produzir um contrato falso para, conforme
suas palavras, “regularizar a construção de forma que não parecesse que
ela tinha sido feita para benefício de Lula nem tampouco pela
Odebrecht”.
Segundo o delator, ele providenciou o documento, que foi
redigido em nome de Fernando Bittar, o dono legal do sítio, com uma
empreiteira local ao custo de 150.000 reais — “o valor mais baixo para
ser com compatível com a renda de Bittar”, disse. A nota fiscal emitida e
o contrato falso foram entregues em mãos a Teixeira em um segundo
encontro. Ele disse à PGR que nas duas ocasiões se registrou na portaria
do prédio do escritório.
Veja - Por Eduardo Gonçalves
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