Tribunal de Justiça de São Paulo decide fazer novo júri do massacre do Carandiru
Julgamento, que durou dois anos e condenou 74 PMs, havia sido anulado em setembro do ano passado
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Incêndio na Casa de Detenção de São Paulo, Carandiru, no dia do massacre - (Sergio Castro/Agencia Estado/Dedoc) |
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu nesta terça-feira, por quatro votos a um, que os policiais militares envolvidos no episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru passarão por novo julgamento. Em setembro do ano passado, a 4ª Câmara Criminal do TJ-SP anulou os júris
que condenaram 74 PMs pela morte de 111 presos na contenção de uma
rebelião ocorrida em outubro de 1992. Na sessão desta terça, os
magistrados deliberavam se, após a anulação, eles deveriam ser
inocentados ou julgados novamente — venceu a segunda interpretação. Com
isso, os PMs voltarão a se sentar no banco dos réus.
Por envolver um grande número de investigados e vítimas, o
julgamento do Carandiru, que era considerado o maior da história e foi
anulado, durou dois anos — de 2013 a 2014 — e foi feito em cinco etapas.
Os policiais foram condenados, em primeira instância, a penas que
variavam de 48 a 624 anos de prisão, mas recorriam das sentenças em
liberdade.
Em 2 de outubro de 1992, 340 homens da Tropa de Choque e da
Ronda Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) invadiram o pavilhão 9 do
Carandiru com a missão de conter uma rebelião no prédio. Ao chegarem no
segundo andar do pavilhão, o foco da revolta, os policiais executaram à
queima roupa 111 detentos, segundo a denúncia do Ministério Público. A
defesa dos policiais alegou que eles agiram em legítima defesa.
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