Michel Temer, Lula e FHC articulam pacto por sobrevivência política em 2018
Publicado por:
Alana Beltrão

O objetivo era que Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (PMDB)
liderassem um pacto para a classe política, fragilizada pelo avanço das
investigações.
Apartamentos de autoridades e
restaurantes sofisticados serviram para que aliados dos líderes
políticos discutissem medidas para limitar a operação e impedir que o
grupo formado por PSDB, PT e PMDB seja, nas palavras de articuladores
desse acordo, exterminado até 2018.
Nas últimas semanas, a Folha ouviu
pessoas relacionadas às três partes e a avaliação foi unânime: a Lava
Jato, segundo elas, quer eliminar a classe política e abrir espaço para
um novo projeto de poder, capitaneado, por exemplo, por aqueles que
comandam a investigação.
O bom trânsito com os dois
ex-presidentes e com Temer credenciou o ex-ministro do STF Nelson Jobim e
o atual ministro da corte Gilmar Mendes como dois dos principais
emissários nessas conversas.
Jobim tem falado com todos. Já almoçou
com Temer e FHC e marcou de encontrar com Lula nos próximos dias.
Gilmar, por sua vez, hoje é próximo ao presidente, que participa de
negociações para articular um acordo para a reforma política, diante do
debate sobre a criminalização das doações eleitorais.
Este é o ponto que atinge os principais
expoentes da política brasileira, inclusive Temer, Lula e FHC, os três
citados nas delações de executivos da Odebrecht por recebimento de
dinheiro de forma indevida, por exemplo.
As acusações contra Lula e FHC foram
encaminhadas a instâncias inferiores pelo relator da Lava Jato no STF,
Edson Fachin, visto que ambos não têm foro privilegiado. Temer, por sua
vez, apesar de citado em dois inquéritos, não é investigado por sua
“imunidade temporária” como presidente.
A convergência entre os três é: se não
houver entendimento para assegurar um processo eleitoral “tranquilo” em
2018, aparecerá um “outsider” ou “aventureiro”.
O acordo de bastidores passaria pela
manutenção de Temer até 2018 e a realização de eleições diretas, em
outubro do ano que vem, com a participação de Lula.
A tese de quem está à frente das
negociações é que não há tempo para uma condenação em segunda instância
do petista até 2018, o que o deixaria inelegível. E, caso exista,
garantem, haveria recursos em instâncias superiores.
As conversas, por ora, estão divididas
entre as articulações de cúpula, que costuram o pacto para a classe
política, e as do Congresso, que buscam medidas práticas para eliminar o
que consideram abusos da Lava Jato e fazer uma reforma política.
Fonte: Folha
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